Dados do Trabalho

Título

MORTALIDADE POR FEBRE REUMATICA AGUDA E INTERNAÇAO POR DESNUTRIÇAO: UM ESTUDO ECOLOGICO.

Fundamentação teórica/Introdução

A febre reumática aguda (FRA) é uma doença inflamatória de natureza autoimune desencadeada após um episódio de faringite estreptocócica. Alguns fatores socioeconômicos e ambientais, como a desnutrição, moradia em aglomerados e falta de assistência médica adequada, acarretam maior probabilidade para o desenvolvimento da faringite e elevarem o risco e mortalidade de FRA.

Objetivos

O objetivo deste estudo foi analisar a mortalidade por doença reumática aguda paralelamente à desnutrição no Brasil, no período de 2019 a 2021.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico, analítico, de distribuição espacial e de série temporal, com dados secundários, por local de residência, do Sistema de Morbidade Hospitalar, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Utilizou-se as variáveis de número (n) de óbitos e de internações, respectivamente, para febre reumática aguda e para desnutrição, no período de 2019 a 2021. Os dados foram tabulados no software Microsoft Excel e analisados no software GraphPad Prism versão 9.3, pelo Teste de Correlação de Pearson (r), abrangendo o país e as regiões brasileiras, com nível de significância (p) de 5%.

Resultados

No período estudado, o Brasil teve um total de 158 óbitos por febre reumática aguda e um total de 80.125 internações por desnutrição (r = 0,96; p = 0,11). Em 2019, foi o ano que mais tiveram óbitos (n = 57) pela doença reumática e internações (n = 32.693) por desnutrição (r = 0,81; p = 0,18). Além disso, a Região Sudeste do país foi a que mais teve óbitos (n = 54) da doença inflamatória e internações (n = 34.138) por desnutrição no período estudado (r = 0,53; p = 0,63). Em todas as regiões, durante o recorte temporal analisado, percebeu-se uma diminuição no número de internações por desnutrição, em contrapartida, houve um aumento do número de óbitos por FRA, exceto na região Nordeste que houve diminuição em 46% do número de mortes pela doença (r = -0,35; p = 0,77).

Conclusões/Considerações Finais

Assim, constatou-se que há uma relação positiva e forte entre os óbitos por febre reumática aguda e as internações por desnutrição no Brasil durante o período estudado, sendo o ano de 2019 que tem as maiores frequências. Além disso, o Sudeste é o que apresenta maior destaque nessa relação positiva e o Nordeste apresenta relação negativa e moderada entre as variáveis, sugere-se que outros fatores ambientais influenciam os óbitos pela febre reumática aguda na região. Por fim, necessita-se de investimento nas políticas de redução da desnutrição e tratamento precoce de FRA.

Palavras Chave

Febre Reumática Aguda; Desnutrição; Faringite; Epidemiologia;

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Área

Clínica Médica