Dados do Trabalho


Título

Neuromielite Óptica Ipsilateral Em Paciente Lúpica: Relato De Caso

Fundamentação teórica/Introdução

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica e autoimune, multifatorial, caracterizada por vários defeitos no sistema imune por perda da autotolerância levando a quebra da homeostasia celular que culmina com a produção anormal de autoanticorpos (FAN, anti-dsDNA, anti-P, anti-Ro/SSA, anti-La/SSB), e formação de imunocomplexos. A neuromielite óptica (NMO) é uma manifestação secundária rara em pacientes com LES, podendo acarretar em perda da acuidade visual por retinopatia.

Objetivos

Este estudo teve como objetivo discorrer sobre a recorrência da NMO em paciente lúpica, enfatizando a importância do aprendizado médico a respeito do manejo clínico.

Delineamento e Métodos

Este é um estudo do tipo relato de caso foi realizado com uma paciente do sexo feminino, 30 anos, natural e procedente de Rondonópolis – MT, diagnosticada LES desde 2019.

Resultados

Em julho de 2021, apresentou subitamente cefaleia hemicraniana à direita, de caráter pulsátil, com déficit visual ipsilateral, recebendo o diagnóstico de neuromielite óptica. Na ocasião, iniciou-se pulsoterapia com 1g/dia de metilprednisona, por 3 dias e azatioprina 50mg/dia. No primeiro trimestre de 2022, a paciente relatou e apresentou episódios de cefaleia frontal intensa com fotofobia, sem melhora com analgésicos, ptose e desvio do olhar à direita. Foi internada para coleta de líquor, ressonância magnética (RM) e angiorressonância de neuroeixo para investigação de NMO novamente. Os exames de imagem não apresentaram nenhuma alteração. Realizado a prescrição de pulsoterapia com 3 pulsos de 1g/dia de metilprednisona seguido de ciclofosfamida 1g/dose/mês por 6 meses. Em consulta posterior, queixa-se de dor à inclinação da cabeça e à palpação dos seios da face. Após a solicitação de tomografia computadorizada de seios da face, apontou-se a possibilidade de lesão de nervo óptico. Em dezembro de 2022, a paciente apresentou mais uma crise de neurite óptica, com sintoma de pressão intraocular, dor periorbitária no olho direito e suspeita médica de meningite asséptica, negada por RM. A paciente foi submetida a 5 dias de pulsoterapia e 3 aplicações de 4 ampolas rituximabe nos meses de dezembro/2022, janeiro/2023 e junho/2023, apresentou boa resposta à terapia prescrita e nega sinais clínicos da NMO.

Conclusões/Considerações Finais

Este estudo, demonstra-se que o correto diagnóstico médico permite a terapêutica adequada, a exemplo da pulsoterapia com corticoide como estratégia de tratamento , evitando a perda visual.

Palavras Chave

Lúpus Eritematoso Sistêmico, Neuromielite óptica, Pulsoterapia

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Rondonópolis - Mato Grosso - Brasil

Autores

DEILTON SOUSA COSTA, BEATRIZ FERNANDES ROSA, INGRID JORDANA RIBEIRO, PEDRO MARQUES FERREIRA, DIEGO RIVEROS LOGRADO