Dados do Trabalho

Título

AFECÇAO OPORTUNISTA NO PROCESSO DIAGNOSTICO DA SINDROME DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ainda que seja uma epidemia mundial, de fácil rastreio, sofre consequências do diagnóstico tardio, refletido na alta prevalência de infecções oportunistas.

Objetivos

Relatar investigação diagnóstica de afecção oportunista na SIDA.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Masculino, 37 anos, branco, previamente hipertenso, tabagista 20 anos-maço. Histórico de apendicite aguda em dezembro de 2021, com achado incidental em apendicectomia de lesão tumoral em íleo terminal até cólon ascendente, com ressecção para análise e alta hospitalar após o procedimento cirúrgico. Em pós-operatório, paciente procurou pronto-atendimento relatando extravasamento de conteúdo enteral por ferida operatória, dor e distensão abdominal, sendo necessária reintervenção cirúrgica. Foram observadas aderências de alças do intestino delgado, ponto de deiscência em anastomose de ileocolectomia anterior e abscesso de grande monta em flanco esquerdo. Após drenagem de abscesso, liberação de aderências e de fáscia, foi realizada ostomia em dupla boca no flanco esquerdo. À alta hospitalar, apresentava quadro de infecção do trato urinário ativa em tratamento com Ciprofloxacino. No mês de março de 2022 evoluiu com dor em canal anal, inapetência e perda ponderal maior que 10% do peso total, com nova internação investigatória. Em análise retrospectiva de anatomopatológico da lesão abdominal, espécime evidenciava achados sugestivos de tuberculose intestinal, iniciando com celeridade tratamento com Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol. Apresentou, à tomografia computadorizada, imagem hipodensa em próstata, com biópsia via ultrassonográfica, com teste Bacilo-Álcool-Ácido Resistente positivo, confirmando suspeita de abscesso prostático por contiguidade da tuberculose intestinal prévia. Além disso, demonstrou sorologia reagente para imunodeficiência humana, com altos níveis de carga viral e escassos linfócitos “helper”. Dando início, ainda na internação, à terapia anti-retroviral e profilaxias para doenças oportunistas. Por se manter assintomático recebeu alta com encaminhamento ao ambulatório de infectologia para seguimento.

Conclusões/Considerações Finais

Doença crônica com importante comprometimento imunológico em caso de não tratamento, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida deve ser de forma oportuna rastreada em toda a população suscetível, para evitar doenças oportunistas e suas repercussões.

Palavras Chave

Infecção oportunista; Síndrome da imunodeficiência adquirida; tuberculose intestinal

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Área

Clínica Médica