Dados do Trabalho


Título

HEMATOMA PERIRRENAL ESPONTANEO (“SINDROME DE WUNDERLICH”) COMPLICADO POR RUPTURA ESPLENICA EM PACIENTE DIALITICO

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução. A síndrome de Wünderlich (SW), ou hematoma perirrenal espontâneo, é uma condição rara encontrada em pacientes submetidos à hemodiálise crônica, geralmente atribuída à doença renal cística adquirida, podendo ocorrer em casos de neoplasia e infecções.

Objetivos

Objetivos. Relatar um caso raro de SW complicado com ruptura esplênica.

Delineamento e Métodos

Método. Relato de caso.

Resultados

Resultados. Paciente masculino, 45 anos, em hemodiálise há quatro anos por nefroesclerose hipertensiva. Relatou dor abdominal em flanco esquerdo de forte intensidade após hemodiálise com heparina. Negava febre, hematúria ou história de trauma. A tomografia computadorizada (TC) de abdome revelou volumoso hematoma subcapsular renal espontâneo à esquerda, com cistos renais simples bilaterais (Bosniak I). Em decorrência da potencial gravidade, foi encaminhado a unidade de terapia intensiva com conduta conservadora pela equipe cirúrgica. Após dez dias, evoluiu com distensão abdominal, equimose em flanco esquerdo e choque hipovolêmico, com necessidade de droga vasoativa. Nova TC de abdome apresentou hemorragia esplênica com sangramento ativo e extenso hemoperitoneo, secundário ao grande hematoma espontâneo renal, com necessidade de laparotomia de urgência e esplenectomia. Exames prévios do paciente apontavam esplenomegalia de etiologia indeterminada. Sorologias para hepatites, HIV e sífilis foram negativas, ausência de distúrbios de coagulação, função hepática normal; foram descartados blastomicose, histoplasmose e doença linfoproliferativa. Exame anatomopatológico apontou esplenite aguda. Recebeu alta hospitalar após um período de internação prolongada. Em casos de hematoma renal espontâneo, a clássica tríade de Lenk caracterizada por dor aguda no flanco, massa palpável e hipotensão é raramente encontrada. Um estudo realizado na Espanha relata incidência de SW em um único centro em pacientes em hemodiálise de 0,86 casos/100 pacientes. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, com nefrectomia ou ainda embolização percutânea. Não encontramos na literatura relato de SW complicado com ruptura esplênica.

Conclusões/Considerações Finais

Considerações finais. Apesar da escassez de estudos sistemáticos sobre hematoma perirrenal espontâneo em pacientes em hemodiálise, sabe-se que está associado a elevada mortalidade. Relatamos um caso de SW complicando com hematoma esplênico e necessidade de esplenectomia de urgência, sem outros relatos semelhantes na literatura.

Palavras Chave

Hemodiálise, hematoma renal espontâneo, esplenectomia, síndrome de Wünderlich.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Casa de Misericórdia de Maringá - Paraná - Brasil

Autores

BEATRIZ MORETTO MOLINA, AMANDA CARINA COELHO DE MORAIS, KATHLEEN RUSSI, FABIO MORBIN TORRES, PAULO ROBERTO ARANHA TORRES