Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE HAFF - SERIE DE CASOS EM RECIFE - PE, BRASIL

Fundamentação teórica/Introdução

Série de casos com sete pacientes diagnosticados com doença de Haff em hospital particular em Recife-PE. Trata-se de doença que cursa caracteristicamente com rabdomiólise e suas consequências em humanos após consumo de produtos pescados.

Objetivos

Descrever minúcias clínicas como tempo de incubação, sinais e sintomas mais prevalentes, complicações e desfechos.

Delineamento e Métodos

Estudo descritivo, transversal e retrospectivo com série de casos diagnosticados com doença de Haff que foram acompanhados entre fevereiro de 2020 e agosto de 2021 através de coleta de dados por prontuário eletrônico.

Resultados

O estudo descreve uma série de sete casos diagnosticados com a doença de Haff. A média de idade dos pacientes foi de 54,5 (30 - 73) anos. A média de dias de internamento foi 8,2 (variação 2-21 dias). Quatro pacientes foram admitidos inicialmente em UTI, dentre os quais um evoluiu para óbito.
O sintoma inicial mais frequente foi mialgia (100%), mais especificamente em regiões de dorso (44,4%) e cervical (33,3%). Destaca-se também a colúria, presente na maioria dos casos (57,1%). Lesão renal aguda (LRA) ocorreu em três pacientes, dos quais um foi classificado como AKIN 1, enquanto os outros dois evoluíram com AKIN 3, com necessidade de terapia renal substitutiva. Diarreia e febre, comuns em casos de intoxicação alimentar, não foram queixas de nenhum dos pacientes.
As alterações laboratoriais mais significativas ocorreram como resultado típico de rabdomiólise- como elevação de creatinofosfoquinase, desidrogenase lática e aminotransferase. Leucocitose com neutrofilia se fez presente na maioria dos exames admissionais. Hemoglobinúria de 3+/3+ ocorreu em todos os sumários de urina.
Seis casos ocorreram após consumo de Arabaiana (Seriola lalandi), peixe de água do mar, e um caso após consumo do Dourado (Salminus maxillosus), peixe de água doce.

Conclusões/Considerações Finais

A importância do diagnóstico precoce da Doença de Haff diante de quadros condizentes com rabdomiólise ocorre visando diminuição de incidência de complicações. O pilar da prevenção de LRA permanece sendo adequada hidratação. O correto diagnóstico também respalda o não uso de antimicrobianos na condução do caso.
Destaca-se a importância de investimento em tecnologias para que se possa identificar a toxina responsável pela lesão muscular, além de pesquisas visando elucidar medidas eficazes para prevenção da doença.

Palavras Chave

Doença de Haff, intoxicação alimentar, rabdomiólise.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

DANIEL SA ARAUJO LINS CARVALHO, FLÁVIO JOSÉ SIQUEIRA PACHECO, MARCOS VILLANDER BARROS DE OLIVEIRA SÁ, RICARDO LIMA KIRZNER, GUSTAVO MIRANDA FILHO