Dados do Trabalho


Título

TOXICIDADE RELACIONADA A IMUNOTERAPIA COM DUPLO BLOQUEIO DE CHECKPOINT IMUNO - UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Os bloqueadores de checkpoint imune consistem em anticorpos imunomoduladores utilizados para potencializar a resposta imune que, atualmente, são utilizados para tratamento de diversas doenças oncológicas avançadas e têm melhorado a sobrevida em muitas delas. Devido ao seu uso relativamente recente, seus efeitos colaterais e padrões de toxicidade ainda não são completamente conhecidos e reconhecidos.

Objetivos

Relatar um caso de evento adverso relacionado a imunoterapia com duplo bloqueio de checkpoint, bem como elucidar as possíveis terapêuticas para manejo do mesmo.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente masculino, 59 anos, com adenocarcinoma de pulmão diagnosticado em outubro de 2021, manejado cirurgicamente com lobectomia e quimioterapia adjuvante de dezembro de 2021 a março de 2022 com premetrexede e cisplatina por acometimento linfonodal. Após, devido a progressão de doença em sistema nervoso central e recidiva linfonodal, realizou radioterapia estereotáxica, além de quimioterapia e imunoterapia com duplo bloqueio de checkpoint imune. Após 14 dias da segunda aplicação de imunoterapia, evoluiu com quadro de ptose palpebral, fadiga e fraqueza muscular respiratória progressiva e hepatite. Paciente internado para seguimento na investigação e suporte ventilatório. Descartada progressão de doença, miastenia gravis, lesão actínica em sistema nervoso central e síndrome paraneoplásica que explicassem o quadro. Iniciado tratamento com prednisona 100mg/dia, com resposta hepática parcial, entretanto apresentou piora progressiva dos demais sintomas. Realizadas cinco sessões de plasmaférese, entretanto paciente progrediu com miocardite, consistindo em distúrbio da condução cardíaca, sinais de insuficiência cardíaca e alteração de marcadores de necrose. Optado por acrescentar micofenolato de mofetila ao tratamento, devido a impossibilidade de outras alternativas terapêuticas devido a hepatite. Paciente apresentou resposta parcial cardíaca e neuromuscular, ainda necessitando de internação para suporte de ventilação.

Conclusões/Considerações Finais

Raros, os eventos adversos de toxicidade com a imunoterapia podem ter diagnósticos desafiadores e serem até fatais, porém, espera-se que sejam cada vez mais frequentes devido a difusão e novas indicações desse tipo de tratamento. Seu rápido reconhecimento e manejo é extremamente importante para evitar desfechos catastróficos.

Palavras Chave

Imunoterapia, efeito adverso, miosite, miocardite

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

IZZA BARBARA RIBEIRO CARDOSO, NATALIA DIEL LISBOA, LAURA DA SILVA ALVES, DENUSA WILTGEN