Dados do Trabalho


Título

NEOPLASIA MALIGNA DE PELE: UM ESTUDO ECOLÓGICO DESSA PATOLOGIA NO BRASIL ANALISANDO O IMPACTO DA PANDEMIA EM SUA ABORDAGEM DIAGNÓSTICA

Fundamentação teórica/Introdução

A pandemia de COVID-19 foi responsável por grande redução nas consultas médicas eletivas, impactando significativamente o acesso à atenção primária. Dessa maneira, biópsias cutâneas necessárias para o diagnóstico de câncer de pele, sendo elas procedimentos de caráter eletivo, foram adiadas. Isso levanta preocupações relativas às consequências do adiamento desses exames no diagnóstico, tratamento e desfecho clínico desses pacientes.

Objetivos

Avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 no número de biópsias de pele realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e suas implicações no diagnóstico dos cânceres de pele não melanoma e melanoma.

Delineamento e Métodos

Estudo epidemiológico, quantitativo e de delineamento transversal. Foram selecionados dados acerca de biópsias / punção de tumor superficial da pele realizadas ambulatorialmente no SUS nos anos de 2018 e 2019, período pré-pandemia, para serem comparadas aos dados referentes ao período de 2020 a 2021, período pandêmico, em consulta ao Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Para a avaliação da correlação entre o número de biópsias e o número de diagnósticos de neoplasias malignas, foi utilizado o teste de coeficiente de correlação de Pearson. Já para a quantificação da significância entre as duas variáveis descritas, número de biópsias cutâneas e o número de diagnósticos entre o período pré-pandêmico e pandêmico, o teste t de Student para amostras independentes foi utilizado.

Resultados

Na análise de correlação entre o número de biópsias com o número de casos de neoplasias malignas de pele, houve correlação positiva (r=0.292). Em relação ao número de biópsias feitas, houve queda de 25.51% entre o período pré-pandêmico para o pandêmico (p= 0.072). Já no número de diagnósticos de neoplasias malignas da pele efetuados entre o mesmo período, também evidenciou-se uma queda de 7.92% (p=0.339).

Conclusões/Considerações Finais

As modificações impostas ao SUS no contexto da pandemia estiveram associadas a uma diminuição considerável da realização de biópsias cutâneas ambulatorialmente no Brasil, bem como, por conseguinte, no número de diagnósticos realizados de neoplasias malignas da pele. No entanto, não foi observada uma queda estatisticamente significativa quando comparado o período pré-pandêmico com o pandêmico. Dessa maneira, outros estudos se fazem necessários para observar variações no desfecho clínico desses pacientes impactados pelo atraso no diagnóstico dessa patologia, bem como de outras variáveis.

Palavras Chave

Neoplasias cutâneas. Biópsias. Sistema Único de Saúde. COVID-19.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil, Universidade Estadual de Ponta Grossa - Paraná - Brasil

Autores

MARIA ANTONIA CANHA DA SILVA, FABIO VINICIUS BARTH, MELISSA MARIA SANTOS VOLACO