Dados do Trabalho


Título

TRAUMA PERFURATIVO EM TRANSIÇAO TORACOABDOMINAL A DIREITA POR PROJETIL DE ARMA DE FOGO SEM ORIFICIO DE SAIDA, COM HEMOTORAX, LESAO HEPATICA E DIAFRAGMATICA EVOLUINDO COM FISTULA BILIO-PLEURAL E QUILOTORAX: UM RELATO DE CASO RARO

Fundamentação teórica/Introdução

Se por um lado a literatura médica tem lançado interesse sobre o tratamento não operatório (TNO) para o trauma perfurante toracoabdominal à direita por projétil de arma de fogo (PAF), por outro carece de conhecimentos sobre as complicações raras e de seu manejo. Nesse caso, a fístula bilio-pleural, tida como rara ou inexistente e o quilotórax, raro, se fazem presentes aqui.

Objetivos

Contribuir à literatura médica ao relatar um caso com duas complicações raras, apresentar seu desfecho e discutir o seu manejo.

Delineamento e Métodos

O trabalho trata-se de um relato de caso, produzido a partir de consulta ao prontuário médico e aos profissionais que o conduziram.

Resultados

I.C.M., masculino, 58 anos, sofreu um trauma por projétil de arma de fogo (PAF) em transição toracoabdominal direita anterior. Na admissão, já tendo realizado drenagem de hemotórax, 200ml, em outro hospital, apresentava-se estável hemodinamicamente, com sinais vitais normais, sem sinais de irritação peritoneal, ausculta pulmonar reduzida à direita, dor à palpação da coluna torácica e lombar, presença de um orifício de entrada do PAF e sem orifício de saída.
A tomografia computadorizada (TC) apontou: trajeto transfixante, acometendo parte superior do fígado e alojado em corpo vertebral T12. Ausência de líquido livre abdominal, ausência de pneumoperitônio e retropneumoperitôneo. Frente os aspectos clínicos e da TC optou-se por estabelecer TNO.
Apresentou duas complicações tardias: fístula bilio-pleural no quinto dia de internação e quilotórax no 11º dia. O diagnóstico foi realizado, respectivamente, pelos aspectos amarelado com bilirrubina total de 2,5 mg/dL no líquido drenado (LD) (3,12 vezes a sérica) e posteriormente leitoso com 320mg/dL de triglicérides no LD. A TC evidenciou densificação da gordura retroperitoneal entre o pilar diafragmático direito e vértebra T12. Suspeitando-se, assim de lesão associada ao ducto torácico. Não foi tomada conduta cirúrgica, apenas estabelecida dieta hipolipídica e hiperproteica com resolução do quadro no 16º dia e permanecendo internado por 21 dias.

Conclusões/Considerações Finais

Posto isso, denota-se que essas complicações, inerentes à dinâmica do trauma, mesmo que raras e de manejo não bem descrito, evoluíram controlada e satisfatoriamente via drenagem, o que reforça a potencialidade do TNO. É relevante apontar, também, que o período de observação deve estender-se para além da média de 25,4 horas de internação observadas na literatura acerca do TNO, dada a possibilidade de aparecimento tardio de complicações.

Palavras Chave

Tratamento não operatório, Transição Toracoabdominal, Trauma perfurante por projétil de arma de fogo, Fístula Bilio-pleural, Quilotórax.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

FLAVIO REZENDE VALLE, VÍTOR GUILHERME FERREIRA MOISÉS, HEITOR LUIZ GOMES, BÁRBARA MARTINS FARIA