Dados do Trabalho


Título

DE TONTURA A NEURITE VESTIBULAR: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A tontura é um dos sintomas mais comuns da prática clínica, responsável pela grande parte dos atendimentos em unidades de urgências e emergências. Na maioria das vezes sua etiologia é benigna. Entretanto, causas potencialmente fatais e de importante morbidade podem estar relacionadas a esta queixa. Desse modo é necessário distinguir entre etiologias periféricas ou centrais. Dentro deste espectro encontra-se a neurite vestibular, uma das causas mais comuns de vertigem periférica, a qual acompanha nistagmo horizontal, vertigem sustentada, oscilopsia, desequilíbrio postural e náuseas e vômitos.

Objetivos

Atentar sobre um sintoma comum na prática clínica que pode ser sinal de uma patologia com alta morbidade, se não diagnosticada.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Feminina, aposentada, 76 anos, diabética, dislipidêmica e hipertensa, procura atendimento devido a quadro de tontura persistente, acompanhada de náuseas, vômitos, osciloterapia e ataxia de início há 4 dias. Refere que há cerca de 45 dias esteve com infecção de via aérea superior, tendo remissão com 7 dias de sintoma. Ao exame, apresentava-se estável, lúcida e orientada, cooperativa, eulalica, com nistagmo intenso, espontâneo, horizontal e unidirecional à direita, e de maior intensidade ao fechamento dos olhos e ao teste de Dix-Halpike. Ausência déficits neurológicos focais, desvio de comissura labial, rigidez meníngea e paresias. O teste de Romberg mostrou-se positivo para à esquerda. Encaminhada a internação para investigação, onde realizou Tomografia de Crânio, não sendo evidenciado afecções agudas. Foi submetida a Angioressônancia de Crânio, a qual mostrou velamento da cavidade mastóidea à esquerda, com intensificação de sinal em todo osso temporal, e acometimento do ouvido médio, comprimindo diretamente o vestíbulo e as estruturas neurossensoriais adjacentes. Logo, o diagnóstico de otite média aguda, complicada com mastoidite e neurite vestibular adveio. Foi encaminhado ao serviço de otorrinolaringologia para timpanotomia, aspiração do ouvido médio e instalação de tubo de ventilação. Concomitante iniciou-se corticoterapia, antibioticoterapia e antivertiginoso.

Conclusões/Considerações Finais

Desse modo, o médico deve estar atento a história clínica, bem como ao exame físico e ao manejo do paciente em síndrome vertiginosa, uma vez que vasta é a gama de diagnósticos diferenciais e alguns destes apresentam elevada morbimortalidade, como o acidente vascular encefálico. O retardo no reconhecimento preciso está diretamente proporcional aos níveis de complicação.

Palavras Chave

Exame físico; Medicina clínica; Vertigem; Neurites; Nistagmo Patológico.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

LUIZ GUILHERME FERREIRA DA SILVA COSTA, MARIA ESTER VIEIRA CURTY BERNARDO, TÂNIA LOPES BRUM , ALFREDO VIEIRA BERNARDO, ALBINO VIEIRA BRUM