Dados do Trabalho


Título

ESOFAGITE EROSIVA SECUNDARIA A GASTROPARESIA DIABETICA: IMPORTANCIA DO CUIDADO INTEGRAL NA PREVENÇAO DE COMPLICAÇOES NO PACIENTE DIABETICO

Fundamentação teórica/Introdução

O Diabetes é uma doença multissistêmica e de alta incidência e morbimortalidade, sendo prioridade a vigilância e prevenção de suas
complicações. As disfunções gastrointestinais são complicações comuns em pacientes diabéticos, essencialmente associadas à neuropatia autonômica do sistema nervoso entérico, mas ainda pouco discutidas.

Objetivos

Apresentar um caso clínico de esofagite erosiva secundária à gastroparesia diabética (GPD) em paciente vivendo com diabetes e múltiplas complicações destacando a importância do cuidado integral em saúde.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso, realizado a partir da revisão e pesquisa de dados de prontuário, entrevista e exame médico.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 46 anos, diagnosticada com diabetes mellitus tipo 1 (DM1), história de má adesão terapêutica e múltiplas
complicações: retinopatia diabética, artropatia de Charcot, amputação do hálux direito devido osteomielite e microalbuminúria. Interna devido hipoglicemia sintomática e infecção cutânea em membro inferior esquerdo. Após 5 dias de tratamento, evolui com quadro de
cetoacidose diabética, sendo transferida para Unidade de Terapia Intensiva. No dia seguinte, inicia com quadro de hematêmese volumosa com presença de coágulos. Relata episódios prévios mensais e isolados há aproximadamente 10 anos, sem causa definida. Realizada Endoscopia Digestiva Alta que evidenciou esofagite péptica acentuada (grau D de Los Angeles) secundária à gastroparesia diabética, com pontos de porejamento não passíveis de tratamento endoscópico. Optado por tratamento conservador. Paciente apresentou boa evolução, recebendo alta da UTI após 3 dias de internação.

Conclusões/Considerações Finais

Hiperglicemia, neuropatia autonômica e inflamação neuromuscular entérica corroboram o surgimento da gastroparesia, síndrome
caracterizada por retardo no esvaziamento gástrico e sintomas gastrointestinais poucos específicos. A GPD é mais comum em mulheres e pacientes com DM1 (5-40%). Em 14% dos casos, os pacientes apresentam características de pródromo infeccioso, 33% exacerbações periódicas e 10% um padrão cíclico, semelhantes ao caso relatado. Em muitos pacientes, a glicemia não é fidedigna à alimentação e seu controle resulta em variações de hipoglicemia para hiperglicemia grave e até mesmo cetoacidose. Assim, destaca-se a importância do cuidado integral na prevenção, diagnóstico precoce e manejo das complicações de forma individualizada para o paciente diabético.

Palavras Chave

Diabetes Mellitus; Complicações do Diabetes; Assistência Integral à Saúde

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Santa Cruz do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

VICTOR GOTTEMS VENDRUSCULO, LAURA CORNELLI, MARIA LUISA COMIN, FELIPE SCHAICH