Dados do Trabalho


Título

PERICARDITE PNEUMOCOCICA EM PACIENTE EM USO DE IMUNOBIOLOGICO: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A doença inflamatória intestinal frequentemente requer imunossupressão prolongada, predispondo a infecções diversas. A inflamação crônica, a imunossupressão secundária e uma hipoesplenia funcional, entre outros fatores, podem explicar a maior incidência de infecções por germes encapsulados como o Streptococcus pneumoniae, inclusive com fenótipo grave e variado. Embora a vacinação especial seja disponível, há incertezas em relação ao esquema e à sua efetividade neste cenário.

Objetivos

Apresentar um relato de caso de pericardite pneumocócica em paciente em uso de imunobiológico e discutir a importância da vacinação especial.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente de 38 anos, com doença de Chron estenosante e fistulizante há mais de 20 anos, em uso de ustequinumabe 8/8 semanas, por falha a anti-TNF, interna por relato de, há 3 dias, dor lombar e torácica ventilatório-dependente e febre de 39oC, precedidas por tosse, coriza, mialgia e febre não aferida há 3 semanas, com resolução espontânea. Ao exame, destacavam-se apenas fístulas perianais com secreção purulenta, porém a tomografia revelou consolidações em base pulmonar esquerda. Foi iniciada antibioticoterapia empírica para pneumonia comunitária.
No dia seguinte, apresentou taquiarritmia e dor torácica típica. O eletrocardiograma revelou supradesnivalemento de ST em todas as derivações. A curva de troponina foi negativa. O ecocardiograma no mesmo dia evidenciou pericárdio hiperrefringente e hipocinesia difusa de ventrículo esquerdo, sendo sugestivo de pericardite aguda.

Houve crescimento de Streptococcus pneumoniae multissensível nas hemoculturas coletadas antes da antibioticoterapia. Portanto, houve diagnóstico presuntivo de pericardite aguda pneumocócica em paciente em uso de anti-IL 12/23, uma forma rara e grave da infecção pelo germe. Foi mantida a antibioticoterapia e introduzidos colchicina e corticoide. O paciente apresentou melhora clínica e foi de alta.

Conclusões/Considerações Finais

O grande impacto das infecções por germes encapsulados nesta população requer esquema de vacinação especial. O ustequinumabe em si não parece ter relação com este tipo de infecção específica, mas a exposição prévia a anti-TNF, por exemplo, explicar a redução da resposta às vacinas pneumo-23 e pneumo-13. A titulação de anticorpos pode ser um caminho futuro para avaliar o esquema de vacinação.

Palavras Chave

Pericardite; Imunobiológico; Doença de Chron

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

PAULA MELICHAR SUASSUNA, AUANNA RAQUEL NEVES RODRIGUES, RAFAELA DINIZ PERPÉTUO, MARIA LUIZA DE ABREU PAES, JULIANA FARIA LUA FIGUEIREDO