Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO PROGNOSTICA DE PACIENTES INTERNADOS COM COVID-19 ATRAVES DA ANALISE LABORATORIAL DA FUNÇAO TIREOIDIANA: UM INSTRUMENTO FREQUENTEMENTE SUBESTIMADO NA PRATICA CLINICA

Fundamentação teórica/Introdução

Pacientes com COVID-19 apresentam exacerbação da resposta inflamatória, incluindo níveis elevados de citocinas e glicocorticóides, com consequente supressão do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, resultando em alterações nos hormônios tireoidianos, o que se correlaciona com aumento da mortalidade nesses pacientes. Estudos mostram que variações nos níveis de TSH, fT3 e fT4 podem aumentar o risco de gravidade da doença e, portanto, a avaliação laboratorial da função tireoidiana em pacientes com COVID-19 é uma ferramenta importante para orientação sobre o prognóstico e melhor conhecimento da fisiopatologia na COVID-19.

Objetivos

Nosso objetivo foi verificar o uso dos marcadores laboratoriais da função tireoidiana em situações da vida real em pacientes com COVID-19, no prognóstico e na avaliação de pacientes com e sem histórico de doença tireoidiana.

Delineamento e Métodos

O estudo é do tipo descritivo longitudinal, no qual foi realizado a coleta de dados dos prontuários de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na Enfermaria, no período março/2020 a dezembro/2022, com uma coorte de 2.395 pacientes diagnosticados com COVID-19.

Resultados

Dados da função tireoidiana foram observados em 142 dos 2.395 prontuários revisados, sendo 71 mulheres e 71 homens, 58,75±14,4 anos. Apenas 15,5% apresentaram disfunção tireoidiana (20 com hipotireoidismo e 2 com hipertireoidismo). Dos 51 pacientes com níveis alterados de TSH, 12 evoluíram para óbito e 5 apresentaram condição grave. Aproximadamente, 76% desses pacientes não apresentaram distúrbio tireoidiano descritos nos prontuários. Somente 50 pacientes possuíam níveis alterados de T4L, sendo que 3 foram a óbito e 4 evoluíram para estado grave. Considerando a combinação de níveis alterados de TSH e T4L, foi observado um total de 26 pacientes, sendo 6 com hipotireoidismo e 2 com hipertireoidismo. Entre todos os pacientes analisados, apenas 3 possuíam dados de fT3 descritos no prontuário, sendo que 1 paciente estava com nível reduzido de fT3 e apresentou quadro grave da doença. Um total de 27 (19%) evoluíram para óbito. Apenas 4 pacientes desenvolveram hipotireoidismo pós-infeccioso.

Conclusões/Considerações Finais

As alterações da função tireoidiana são frequentes e estão relacionadas à gravidade e prognóstico, mas raramente estes exames são solicitados na área médica.

Palavras Chave

SARS-CoV-2; Doenças da glândula tireoide; Hormônios tireóideos.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO MAX PLANCK (UNIMAX) - São Paulo - Brasil

Autores

NICOLLE MOREIRA, ANNE BEATRIZ CRUZ, NICOLE MESQUITA MODEL, NATASSIA ELENA BÚFALO, LARISSA TEODORO RABI