Dados do Trabalho


Título

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL COM INFECÇOES DE PARTES MOLES E FENOMENO DE LUCIO: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Fenômeno de Lúcio é um surto reacional necrotizante que pode ocorrer em casos de hanseníase virchowiana sem tratamento, caracterizada por quadro sistêmico com lesões evoluindo para necrose e ulcerações

Objetivos

Evidenciar, esclarecer e compartilhar achados pouco condizentes com a história prévia de infecção de partes moles, levando em discussão diagnósticos diferenciais importantes, pouco vistos e manejados diariamente.

Delineamento e Métodos

Relato de caso sobre Fenômeno de Lúcio, inicialmente diagnosticado como infecção de pele e partes moles, vivenciado durante prática médica em setor de enfermaria em instituição com programa de residência em clínica médica

Resultados

Paciente masculino, 57 anos de idade, branco, divorciado, brasileiro, previamente hipertenso, diabético (insulino-dependente), renal crônico não dialítico, cardiopata e hepatopatia crônica child C. Procurou pronto socorro devido quadro de dispneia em repouso, no exame físico apresentava ascite moderada, ausculta respiratória com estertores nas bases pulmonares, associado a lesão em membro inferior direito (MID) sugestiva de erisipela. Aos exames complementares apresentava leucocitose, alteração em função renal, distúrbio hidroeletrolítico, acidose mista e radiografia de tórax com derrame pleural de moderado volume. Encaminhado para internação com antibioticoterapia, medidas diuréticas e vigilância infecciosa. Após 10 dias paciente evolui com piora da lesão em MID, com novas lesões necróticas, ulceradas, de bordas irregulares, indolores e com evolução progressiva de amplitude. Realizado testes de sensibilidade em trajetos de nervos fibular comum e tibial posterior com alteração da sensibilidade térmica e dolorosa, e investigação com biopsia da lesão, evidenciando provável caso de Fenômeno de Lúcio. Discutido caso com equipe de infectologia que orientou iniciar tratamento com corticoterapia, poliquimioterapia única (rifampicina, clofazimina e dapsona), talidomida e antibioticoterapia de largo espectro. Paciente apresentou regressão na evolução da lesão, com acompanhamento ambulatorial, seguindo com investigação e tratamento para hanseníase forma virchowiana.

Conclusões/Considerações Finais

O Brasil é o segundo País com detecção de casos novos de hanseníase, devendo o clínico estar atento as formas clínicas dessa patologia e seus surtos reacionais, tanto no atendimento a nível ambulatorial como hospitalar

Palavras Chave

hanseniase; infeccoes partes moles; diagnostico diferencial

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

santa casa de misericordia de fernandopolis - São Paulo - Brasil

Autores

JESSICA ALYNE GARCIA DE SANTANA, LAIS FIGUEIREDO FARIA, KAREN OLIVEIRA CLEMENTE, MARCIO CESAR REINO GAGGINI