Dados do Trabalho


Título

HIPERGLICEMIA E DESFECHOS CLINICOS DURANTE INTERNACAO POR COVID-19: A IMPORTANCIA DA INSULINOTERAPIA

Fundamentação teórica/Introdução

Com o surgimento dos casos de infecção pelo coronavírus (SARS-CoV2), observou-se que os
pacientes hiperglicêmicos tinham pior prognóstico.

Objetivos

Estudar a relação da hiperglicemia(HG) nas primeiras 24h da admissão e complicações na
internação, taxa de óbito e os efeitos da insulinoterapia(INST) no prognóstico de pacientes
com SARS-CoV-2 internados em unidade de terapia intensiva(UTI).

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo transversal feito com 100 pacientes internados na UTI do Hospital Santa
Izabel (HSI) em Salvador (BA), de maio a julho do ano 2020. Foram incluídos 100 pacientes
acima de 18 anos internados em UTI do HSI em Salvador (BA) com diagnóstico de COVID-19,
confirmado por RT-PCR ou sorologia e excluídos aqueles com infecções virais por outros
agentes, gestantes e pacientes que não realizaram o teste confirmatório para o SARs-Cov-2.Os
desfechos primários foram taxa de óbito, desfechos clínicos (trombose, insuficiência renal
aguda(IRA), diálise e parada cardiorrespiratória(PCR)), necessidade de ventilação mecânica,
tempo de internação e melhora do quadro clínico com a INST.

Resultados

Foram analisados 100 pacientes portadores de diabetes melito(DM) ou hiperglicêmicos nas
primeiras 24h da internação, sendo 60% do sexo masculino e 40% do sexo feminino, com
média de idade de 66 anos, sendo a idade mínima de 33 e a máxima de 97 anos. Possuíam DM
na admissão 48% dos pacientes, 69% eram hipertensos e 27% eram portadores de insuficiência
renal. Na internação, 68 pacientes (70%), apresentaram HG (glicemia capilar≥ 140mg/dl),
sendo a média glicêmica da admissão de 205mg/dl com intervalo interquartil de 118mg/dl. A
glicemia da admissão não se relacionou com a taxa de óbitos (p= 0,157). HG à admissão
associou-se com maior peso corporal (p= 0,025), média glicêmica (p<0,0001) e tempo fora de
alvo glicêmico (alvo de 70 a 180mg/dl) durante a INST. Quanto maior a HG, maior o tempo de
internação (p= 0,03), sendo a média de internação de 15 dias e desvio padrão de 11,19. Nos
pacientes que usaram INST venosa continua, a média de tempo em uso da terapia foi de 8,5h
com desvio padrão de 7,4h. A média de tempo para atingir o alvo glicêmico foi de 9,48h, com
desvio de 6,47h. O percentual glicêmico entre 240mg/dl e 499mg/dl esteve associado ao óbito
(p= 0,005), diálise (p= 0,045), IRA (p= 0,007) e PCR(p= 0,003). O percentual glicêmico acima de
500mg/dl esteve correlacionado com o óbito (p= 0,004) e com a PCR (p= 0,008.)

Conclusões/Considerações Finais

HG nas primeiras 24h da internação associou-se a piores desfechos clínicos da COVID-19.

Palavras Chave

Coronavírus. SARS-Cov2. Hiperglicemia. Diabetes. UTI

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

IVAN GUANAIS OLIVEIRA DE SOUZA, JULIANA SOUZA CABRAL CALADO, ALINA COUTINHO RODRIGUES FEITOSA, LEONARDO GIL SANTANA