Dados do Trabalho


Título

AVE ISQUEMICO EM PACIENTE JOVEM COM FORAME OVAL PATENTE E HISTORIA RECENTE DE TROMBOEMBOLISMO PULMONAR: UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) e o tromboembolismo pulmonar (TEP) são doenças de alta morbimortalidade, que raramente ocorrem de forma concomitante.(1) Sendo, esse cenário mais comum, nos casos de um trombo do sistema venoso profundo, ser embolizado para os pulmões, por conta de um shunt cardíaco/pulmonar direita/esquerda, como no caso do forame oval patente (FOP).(1) Ademais, é importante ressaltar que o FOP está presente em 13% dos pacientes com TEP sintomático agudo.(2) Nos casos de TEP instável, o FOP é um importante fator de prognóstico, pela possibilidade de levar a embolismo cerebral paradoxal e AVEi.(3)

Objetivos

Relatar e elucidar sobre um caso de AVEi, em paciente jovem com FOP e história de TEP maciço.

Delineamento e Métodos

O estudo se trata de um relato de caso, com os dados obtidos de forma retrospetiva coletados de prontuário, após assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido pelo paciente.

Resultados

Mulher, 41 anos, interna com queixa de disartria e hemiparesia direita, sem sintomas antecedentes e NIHSS 21. Internação prévia por TEP maciço com instabilidade hemodinâmica, necessitando de trombólise há 10 meses. Foi realizado tomografia computadorizada (TC) de crânio na chegada com infartos lacunares na ínsula bilateral (AVEi antigos), sem demais alterações. Em TC de controle, foi visto extensa hipodensidade frontoparietal esquerda, com perda da diferenciação entre as substâncias branca e cinzenta, apagamento dos sulcos corticais regionais, com hipodensidades menores no núcleo caudado e no lobo parietal esquerdo. Em AngioTC, foi visto falha de enchimento excêntrico na região proximal da artéria carótida interna esquerda, com obstrução de até 60% do seu lúmen, sugerindo trombose. Além disso, foi realizado ecocardiograma transesofágico (Eco-TE) demonstrando FOP, com passagem precoce de microbolhas através da janela oval. Em exames laboratoriais foi visto proteína S funcional 43%, fator V de Leiden sem mutação, anticoagulante lúpico e anticardiolipina negativos, b2cp IgM indeterminado e IgG não-reagente e fator VIII de 298%. Paciente liberada para seguimento em ambulatório de hematologia com estatina de alta potência e varfarina.

Conclusões/Considerações Finais

O AVEi e o TEP raramente se apresentam de maneira concomitante, quando ocorre é necessário a investigação para causas de embolismo paradoxal, sendo a principal causa o FOP, avaliado por Eco-TE com o teste das microbolhas. Na presença de um TEP maciço instável, o FOP é um indicativo de maior risco para evolução do quadro para AVEi.

Palavras Chave

Ischemic stroke
Pulmonary embolism
Patent foramen ovale

Arquivos

Área

Clínica Médica

Categoria

Relato de Caso

Instituições

Hospital Regional Homero Miranda Gomes (HRHMG) - Santa Catarina - Brasil, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Santa Catarina - Brasil

Autores

ANA LUIZA PANAZZOLO PANZENHAGEN, JOÃO VICTOR MENESES DE AGUIAR, NATHALIA ZANOTTO BERNARDI, THIAGO SPIAZZI BOTTEGA