Dados do Trabalho


Título

ENCEFALITE LIMBICA AUTOIMUNE CURSANDO COM HIPONATREMIA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Encefalite Límbica Autoimune (ELA) é uma síndrome clínica que se manifesta por sinais e sintomas neuropsiquiátricos de característica límbica com evolução subaguda. São diversos os autoanticorpos relacionados com a condição, sendo a síndrome anti-VGKC a mais comumente associada à hiponatremia.

Objetivos

Relatar caso de ELA cursando com hiponatremia, para contribuir nas esferas diagnósticas da patologia.  

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente feminina, 63 anos, em tratamento regular para hipertensão, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia e hipotireoidismo. Procura atendimento por quadro de convulsão focal e confusão mental de início recente. Histórico de primeira crise convulsiva, do tipo tônico clônica há aproximadamente 2 meses, nega episódios prévios. Ao exame físico apresenta resposta verbal confusa, sem demais achados. Durante a internação evolui com amnésia anterógrada, alucinações visuais e hiponatremia refratária euvolêmica (sódio inicial 120 mEq/L). Investigação laboratorial evidencia presença de síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético, com osmolaridade urinária 619 mOsm/kg, osmolaridade sérica 80 mOsm/kg e sódio urinário 35 mmols/L. Função tireoidiana dentro da normalidade. Sorologias negativas. Marcadores tumorais negativos. Análise de líquor sem alterações. Tomografias de crânio, tórax e abdome sem achados significativos. Ressonância magnética (RM) de encéfalo: alteração de sinal envolvendo todos os segmentos do hipocampo esquerdo, apresentando efeito expansivo local. Tendo em vista a clínica da paciente, a investigação complementar realizada, descartadas possíveis causas infecciosas e neoplásicas, mediante a indisponibilidade de demais exames, determinou-se, por critérios clínicos de Graus, a ELA como o possível diagnóstico. Realizada correção da natremia com solução salina a 3% e pulsoterapia com metilprednisolona 1 grama ao dia por 5 dias. Paciente responsiva ao tratamento, progride com melhora gradual dos sintomas em acompanhamento clínico.

Conclusões/Considerações Finais

Em decorrência das dificuldades de obtenção rápida do painel de autoanticorpos nos locais de recursos limitados, a adoção dos critérios clínicos de Graus se faz necessária para orientação diagnóstica. O quadro subagudo de sintomas neuropsiquiátricos associado à imagem sugestiva na RM de encéfalo fecham critério para diagnóstico de possível ELA, permitindo assim o tratamento precoce da condição e suas repercussões hidroeletrolíticas. 

Palavras Chave

encefalite, autoimune, hiponatremia

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

GABRIELA PRESTES DA SILVA, JOÃO PEDRO BARBOSA, GIOVANNA BERTOTTI, HELOISA HELENA LAUS, CAMILA PAVEI SOARES