Dados do Trabalho


Título

ANALISE DE ASSOCIAÇAO DE GRAVIDADE DA COVID-19 E SEQUELAS POS-ALTA HOSPITALAR – UM SEGUIMENTO DE 6 MESES.

Fundamentação teórica/Introdução

Os sobreviventes do COVID-19 descreveram sintomas de longo prazo após a doença aguda, que afetam o bem-estar e qualidade de vida dos pacientes. Esses sinais constituem um grupo heterogêneo chamado de Síndrome pós-aguda pela COVID-19 (PACS).

Objetivos

Descrever as características sociodemográficas, características da infecção aguda, da internação hospitalar e sequelas da população diagnosticada com PACS em uma segunda consulta após 6 meses da infecção aguda e comparar com os dados coletados em uma consulta após 3 meses. Desenvolver hipóteses plausíveis a partir de dados coletados sobre a gravidade e as sequelas de pacientes hospitalizados.

Delineamento e Métodos

Coorte observacional e prospectiva, pacientes previamente hospitalizados e ambulatoriais do sistema de saúde público de Curitiba e região metropolitana diagnosticados com COVID-19 entre Jun/2020 e Fev/2022 foram avaliados em uma clínica multidisciplinar. Todos os pacientes deste estudo foram diagnosticados com PACS, baseado no conceito da OMS.

Resultados

Foram incluídos 53 sobreviventes. A amostra total obteve uma idade média de 51,13 ± 13,03 anos e 52,8% eram mulheres. Em relação às características da infecção aguda devido ao COVID-19, a população geral apresentou uma mediana de 4 sintomas (IQR 1 – 12). Em uma segunda consulta pós quadro agudo de COVID-19, 39,6% dos pacientes apresentaram novos sintomas, em relação a primeira consulta. Sintomas persistentes foram relatados por 62,3% dos pacientes. Os sintomas com maior significância estatística tanto na primeira, como na segunda consulta, foram (% 1ª consulta, % 2ª consulta, p) dispneia (81,1%; 22,6%; 0,000) e dores em membros inferiores (52,8%; 20,8%; < 0,001). O único sintoma que apresentou piora na segunda consulta foi a dificuldade de raciocínio (3,8%, 17,3%, 0,039). Observou-se que a maioria dos pacientes foram hospitalizados, com mais da metade necessitando de internação em UTI. Na segunda consulta, muitos pacientes apresentaram persistência dos sintomas e 39,6% manifestaram novos sintomas.

Conclusões/Considerações Finais

Os sintomas crônicos foram correlacionados com a gravidade da infecção aguda. As sequelas mais significativas foram dispneia, dores em membros inferiores e dificuldade de raciocínio. Houve uma diminuição da presença desses sintomas entre a primeira e segunda consulta. Por fim, o estudo indica que a recuperação do COVID-19 pode se estender além da infecção aguda, exigindo cuidados e reabilitação pós-agudos.

Palavras Chave

COVID-19; COVID Longo; Síndrome Pós Infecção Aguda pelo COVID-19; Saúde Pública.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário Cajuru - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

SOFIA ROVEDA BUSATO, FELIPE GIARETTA OTTO, ARIELE BARRETO HAAGSMA