Dados do Trabalho


Título

Otite externa maligna por aspergillus sp. - relato de caso

Fundamentação teórica/Introdução

A otite externa maligna é uma infecção invasiva do conduto auditivo externo e da base do crânio, comum em portadores de diabetes mellitus. A Pseudomonas aeruginosa é o agente etiológico em 95% dos casos, embora outros agentes bacterianos e fúngicos, como o Aspergillus, possam estar implicados.

Objetivos

Relatar um caso de otite externa maligna fúngica e suas complicações em paciente diabético mal controlado, suscitando a importância clínica desta entidade nosológica e os desafios a ela relacionados.

Delineamento e Métodos

Relato de caso. Os dados foram obtidos de forma retrospectiva a partir do prontuário do paciente na instituição de origem. Revisão da literatura nas bases de dados UptoDate, Scielo e Pubmed.

Resultados

Sexo masculino, 62 anos, leucodérmico, portador de doença renal crônica não dialítica, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus insulino-requerente e insuficiência cardíaca com fração de ejeção limítrofe. Em janeiro/2022 iniciou quadro de otalgia, otorréia e dor em hemiface esquerda, complicada por paralisia facial periférica transitória ipsilateral. A despeito de antibioticoterapia prolongada para otite externa maligna, inicialmente com ciprofloxacino e posteriormente com meropenem, manteve refratariedade clínica. Cintilografia com gálio-67 evidenciou intensa captação do radiotraçador no osso temporal esquerdo, sugerindo processo inflamatório/infeccioso local. Decidiu-se pela mastoidectomia, com envio de fragmento ósseo profundo para cultura, com identificação de Aspergillus sp em duas amostras. Foi iniciado então tratamento com voriconazol, evoluindo com melhora clínica pronunciada.

Conclusões/Considerações Finais

A aspergilose fúngica invasiva é uma doença infecciosa rara, cujo mecanismo fisiopatológico subjacente se centra na interação agente-hospedeiro, acometendo indivíduos imunossuprimidos, sobretudo com prejuízo da imunidade celular. A porta de entrada é pelas vias aéreas, podendo acometer todos os órgãos e tecidos. O diagnóstico demanda alta suspeição clínica, visando evitar complicações potencialmente graves e o tratamento perpassa tempo prolongado de uso de antifúngicos.

Palavras Chave

Aspergilose invasiva, otite externa maligna, imunossuprimidos

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

REBECCA RIPPEL MILLINGTON, LEANDRO LIMA DA SILVA , FERNANDA VIEIRA, BARBARA MARCIAS DE SOUSA , MAYARA MACHADO MAGALHÃES