Dados do Trabalho

Título

ARTRITE PSORIASICA EM PACIENTE VIVENDO COM HIV COM REMISSAO CUTANEA COMPLETA APOS INICIO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV): RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

Artrite psoriásica (APs) é definida como uma artropatia inflamatória associada à psoríase cutânea e negativa para fator reumatóide. Evidências sugerem relação entre APs e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), com evolução para quadros cutâneos graves.

Objetivos

Relatar o caso de paciente vivendo com HIV (PVHIV), com APs e extensa manifestação cutânea.

Delineamento e Métodos

Estudo do tipo relato de caso.

Resultados

PVHIV, masculino, 37 anos, etilista e tabagista, interna em Hospital Geral em 25/10/2016. Apresentava diagnóstico de HIV há 05 anos, sem tratamento. Em janeiro/2013 iniciou com lesões cutâneas difusas em tronco, membros, face, axilas e região genital. Em abril/2013 evoluiu com poliartralgia, seguido de deformidades nas mãos, pés e joelhos. Na época não procurou atendimento, utilizando apenas anti-inflamatórios e analgésicos para controle dos sintomas. Referia episódios recorrentes de dactilite, porém negava lombalgia e uveíte. Na admissão hospitalar, realizado diagnóstico de psoríase vulgar e invertida, disseminada e APs mutilante. Exames admissionais: carga viral (CV) 881, CD4 196, PCR 40 mg/L, VHS 30 mm, escores DAPSA (Disease Activity in Psoriatic Arthritis) 65 e PASI (Psoriasis Area and Severity Index) 31. Iniciado tratamento com terapia antiretroviral (TARV) Tenofovir+Lamivudina+Efavirenz, e, após alguns dias, Metotrexato 10mg/sem + ácido fólico 5mg/sem. Em 06/12/2016 recebe alta da internação, sendo orientado a manter acompanhamento ambulatorial com Infectologista e Reumatologista porém não fez seguimento com este último e abandonou o tratamento com metotrexate poucos dias após seu início. Anos após, em 2022, foi encaminhado para nova avaliação no serviço de reumatologia de unidade primária. Não apresentava lesões cutâneas, apenas o aspecto mutilante em mãos. Relatava que as lesões cutâneas foram melhorando, com resolução completa após 3 meses da alta hospitalar, mantendo apenas tratamento exclusivo com TARV. Na consulta apresentava sequelas caracterizadas por telescopagem digital. DAPSA e PASI, eram 11 e 0, respectivamente. CV indetectável e CD4 > 350. Sem lesões cutâneas desde 2017.

Conclusões/Considerações Finais

PVHIV, apresentando APs e psoríase grave, com remissão completa das lesões cutâneas após tratamento com TARV. O manejo da psoríase associada ao HIV costuma ser desafiador. Descrevemos um caso onde a TARV, mudou dramaticamente o curso natural, tanto do HIV, quanto das lesões psoriásicas.

Palavras Chave

Artrite psoriásica, HIV, TARV, psoríase cutânea

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Área

Clínica Médica