Dados do Trabalho

Título

DESAFIOS DIAGNOSTICOS DA MENINGOENCEFALITE TUBERCULOSA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A meningoencefalite tuberculosa é a forma clínica mais grave da tuberculose primária, com alta taxa de letalidade e de sequelas neurológicas graves e incapacitantes. O quadro clínico é comumente de início insidioso, de extremo polimorfismo, principalmente na fase prodrômica, tornando difícil o diagnóstico de suspeição

Objetivos

O presente estudo tem como objetivo relatar um caso clínico de meningoencefalite tuberculosa e seu prognóstico

Delineamento e Métodos

Relatar um caso de meningoencefalite tuberculosa utilizando-se do prontuário eletrônico e registros manuais colhidos durante visitas à unidade de internação, bem como laudos de exames laboratoriais.

Resultados

Paciente, G.C.V., 34 anos, feminino, deu entrada na emergência por diminuição progressiva do nível de consciência nas últimas 24 horas. Apresentava cefaleia progressiva há 1 mês, e febre há 1 dia. Ao exame físico inicial: encontrava-se torporosa, pupilas isofotorreagentes, movimentação ocular extrínseca normal, localizava dor apenas à esquerda, desvio do olhar conjugado à esquerda e afásica. Submetida à punção lombar diagnóstica e empregado terapia antimicrobiana empírica na emergência (ceftriaxona, aciclovir e dexametasona). A partir do quadro clínico, das alterações encontradas no exame de líquido cefalorraquidiano (proteínas: 140 mg/dL, leucócitos: 10 /mm³ e glicorraquia: 19 mg/dL), além da tomografia computadorizada de tórax que apontou lesões granulomatosas, iniciou-se empírico RHZE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol). Paciente manteve-se afásica e evoluindo com hemiplegia espástica e heminegligência ambas à direita, nesta ocasião, foi solicitado ressonância magnética (RNM) do encéfalo e complementação sorológica. Sorologias, marcadores de autoimunidades negativos, além do ADA e BAAR negativos em líquor, porém RNM apresentou lesões isquêmicas/inflamatórias bilaterais com predomínio à esquerda em núcleos caudados, anterior dos tálamos e nos núcleos lenticulares com hipersinal T e difusão. Encaminhado líquor para análise molecular (GeneXpert), com resultado positivo para Mycobacterium Tuberculosis. Após 34 dias, paciente apresentou critérios para alta hospitalar, após melhora clínica gradual, mantendo-se afásica e com hemiplegia espástica à direita

Conclusões/Considerações Finais

Diante da prevalência e apresentação variável, devemos pensar em tuberculose e esgotar todos os meios diagnósticos, não retardar a terapêutica específica e assim restabelecer a saúde do paciente e prevenir, quando possível, complicações irreversíveis.

Palavras Chave

tuberculose; meningoencefalite tuberculosa; líquor; tratamento;

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Área

Clínica Médica