Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: AGRANULOCITOSE INDUZIDA POR ESPIRONOLACTONA EM PACIENTE HEPATOPATA CRONICO COM ASCITE

Fundamentação teórica/Introdução

A agranulocitose induzida por medicamentos têm uma incidência estimada de 1/10.000 a 1/100.000, sendo incomuns. O tratamento da ascite em pacientes com cirrose visa minimizar o volume do líquido ascítico e diminuir o edema periférico, sem causar depleção do volume intravascular, sendo diuréticos as medicações de escolha. Poucos casos de agranulocitose secundária à espironolactona foram relatados na literatura.

Objetivos

Relatar um caso de agranulocitose secundária à espironolactona em paciente com ascite

Delineamento e Métodos

Foram utilizados dados adquiridos com a equipe médica e multidisciplinar assim como a anamnese, informações em prontuário, exame físico, laboratorial e de imagem.

Resultados

Paciente ECS, de 71 anos, hipertenso, diabético e hepatopata crônico em investigação etiológica e sem tratamento prévio, foi internado para a realização de angiografia de membro inferior esquerdo por apresentar sinais de isquemia no mesmo. Ao exame físico, foi notado volume abdominal aumentado com ascite moderada e edema de membros inferiores. Negava etilismo e possuía sorologias virais negativas À ultrassonografia de abdome total, foi evidenciado fígado com sinais de fibrose periportal associado a presença de várias imagens nodulares esparsas pelo parênquima hepático de aspecto indeterminado e heterogênio, com esplenomegalia e ascite moderada. A tomografia de abdome mostrou fígado de dimensões reduzidas. Antes do início do tratamento com espironolactona, a contagem de leucócitos era de 10,8 x 10(3)/mm3 e a contagem absoluta de neutrófilos (ANC) 9830 células/mm3. Após uma semana de uso dessa medicação, apresentou uma contagem de leucócitos de 790 mm3 e uma ANC de 600 células/mm3. O paciente evoluiu com desconforto respiratório agudo, dessaturação e oligoanúria. Realizado paracentese propedêutica sem evidência de células nucleadas. Paciente apresentou choque séptico evoluindo a óbito. Após a revisão da condição clínica do paciente e das medicações concomitantes, o episódio de agranulocitose foi associado ao uso da espironolactona devido ao efeito tóxico da droga na medula óssea.

Conclusões/Considerações Finais

A agranulocitose secundária à espironolactona, apesar de ser incomum, é um grave efeito adverso ao qual alguns fatores podem aumentar esse evento incluindo idade avançada, insuficiência hepática ou renal, dosagem e duração do medicamento e medicamentos concomitantes. Poucos casos de agranulocitose secundária à espironolactona foram relatados na literatura, porém o efeito tóxico da droga na medula óssea pode ser fatal.

Palavras Chave

Palavra-Chave 1: Agranulocitose induzida por drogas Palavra-Chave 2 Agranulocitose induzida por
espironolactona Palavra-Chave 3: Ascite

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL CARVALHO BELTRÃO - Alagoas - Brasil

Autores

THAYSE ANNE FERREIRA DA SILVA, CÁRITHA COELHO DO COUTO BONFIM, RAYALLE DIAS DE SOUSA