Dados do Trabalho


Título

AVC ISQUEMICO SECUNDARIO A HIPERHOMOCISTEINEMIA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O acidente vascular cerebral (AVC) é considerado a segunda principal causa de mortes e a maior causa de incapacidade no mundo. Na maioria dos casos, o AVC é causado por um bloqueio vascular abruto com redução do suprimento sanguíneo cerebral (AVC isquêmico), ou pela ruptura de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico). Neste contexto, diversos estudos epidemiológicos têm indicado a hiperhomocisteinemia como possível causa no aumento do risco de AVCs, potencialmente devido ao seu impacto nas modificações ateroscleróticas venosas e arteriais, disfunção endotelial e inflamação vascular. Além disso, novos estudos sugerem, também, que a hiperhomocisteinemia leve já pode inclusive piorar o desfecho dos AVCs, com potencial a ser considerada uma comorbidade com impacto direto na fisiopatologia do acidente vascular cerebral

Objetivos

Descrever sobre uma causa pouco relatada de AVC isquêmico em paciente jovem para que haja uma suspeita diagnóstica e plano terapêutico mais precoces na prática clínica

Delineamento e Métodos

Estudo descritivo do tipo relato de caso

Resultados

M.C.M, 34 anos, com história pregressa de realização de gastroplastia redutora há 7 anos, sem uso habitual de medicações, admitida com quadro de afasia de expressão grave associada à anemia ferropriva grave (Hb 5,7) ao exame laboratorial. Durante investigação do quadro, evidenciou-se TC de crânio sem sinais de sangramento, porém com hipodensidade em região frontal lateral esquerda compatível com isquemia subaguda em área de Broca. Seguiu-se com Angio TC de crânio com lesão sugerindo AVC isquêmico subagudo em região frontal posterior à esquerda, associada à pobreza de ramos distais da artéria cerebral média à esquerda. Diante disso, prosseguiu-se a investigação com exames laboratoriais para pesquisa de trombolfilias, sem evidencias positivas para esta suspeita, no entanto com níveis séricos de homocisteína elevados (37,3umol/L) e níveis reduzidos de vitamina B12 (107pg/mL). Dessa forma, adotou-se como provável etiologia para o AVC isquêmico pela hiperhomocisteinemia secundária à deficiência de vit B12. Após início do tratamento com reposição vitamínica, ácido fólico, sulfato ferroso e AAS, a paciente evoluiu com melhora significativa do quadro neurológico e hematológico

Conclusões/Considerações Finais

Diante de um provável quadro de AVC isquêmico em paciente jovem, a hipótese de hiperhomocisteinemia deve ser aventada considerando a disponibilidade de exames laboratoriais para investigação do quadro e terapêutica acessível, reduzindo a mortalidade e prováveis incapacidades funcionais

Palavras Chave

Hiperhomocisteinemia, homocisteína, AVC.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Categoria

Relato de Caso

Instituições

UFMT - Mato Grosso - Brasil

Autores

GABRIEL SOUSA FERNANDES, EMMILLY ANTONNIELLY CAMARGOS DE FREITAS, JESSIKA CRISTINA VIEIRA DE LIMA, SIBELE CATARINA BERNARDI JACOB