Dados do Trabalho


Título

PERFIL DIAGNOSTICO DE IDOSO COM HIV E SIFILIS NO BRASIL: ABORDANDO O ESTIGMA E A RELEVANCIA DAS INFECÇOES SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS NA POPULAÇAO IDOSA

Fundamentação teórica/Introdução

As ISTs, como o HIV e a Sífilis, não se restringem à população jovem, afetando também os idosos. O estigma relacionado a essas doenças nessa faixa etária é pouco discutido, aumentando a vulnerabilidade desse público.

Objetivos

Analisar o perfil diagnóstico de idosos com HIV e Sífilis adquirida entre 2017 a 2021 no Brasil.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal, descritivo, retrospectivo. Fez-se uma busca de dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) a partir das seguintes variáveis de pesquisa: ano diagnóstico (2017 a 2021), faixa etária, sexo, escolaridade, categoria de exposição, raça/cor e Região de residência.

Resultados

O número total de idosos com HIV positivo foi de 5.252. A faixa etária com o maior número de diagnósticos foi a dos 60 aos 69
anos, com 4.221 notificações, sendo 2.637 notificações no sexo masculino. Ao considerar a escolaridade, observou-se que 59% dos idosos soropositivos não concluíram o Ensino Fundamental. Sobre a categoria de exposição, 79,5% dos idosos com HIV adquiriram o
vírus por contágio sexual. Destes, 88,4% são heterossexuais, 6,8% são homossexuais e 4,8% são bissexuais. Quanto ao critério "Raça/cor", verificou-se que 48,9% dos idosos são brancos, 10,3% são negros, 0,7% são amarelos, 38,3% são pardos, 0,3% são indígenas e 1,5% constam como "ignorado". As Regiões com maiores números de diagnósticos foram, em ordem decrescente: Sudeste, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. No que se refere à Sífilis adquirida, considerando-se indivíduos com 60 anos ou mais, o número total de notificações entre 2017 a 2021 foi de 49.502 novos casos. Destes, 60,2% são do sexo masculino. As regiões com maior número de notificações foram: Sudeste (48,2%); Sul (24,78%); Nordeste (15,6%); Centro-Oeste (5,6%) e Norte (5,56%). Dos pacientes analisados, 7.795 (15,74%) tiveram raça/etnia classificada como 'ignorado', 20.363 (41,13%) eram brancos, 15.786 (31,88%) pardos, 4.863 (9,82%) pretos, 389 (0,78%) amarelos e 306 (0,61%) indígenas. Considerando-se ambos os sexos, as faixas etárias em
ordem decrescente de notificações foram: 60-64 anos (39%); 65-69 anos (26,9%); 70-79 (26%) e 80 anos ou mais (8%). Observou-se que 76,15% dos pacientes possuem o Ensino Fundamental incompleto.

Conclusões/Considerações Finais

Os resultados ressaltam a importância de combater o estigma associado às ISTs na população idosa. A faixa etária dos 60 aos 69
anos apresentou maior vulnerabilidade, reforçando a necessidade de campanhas educativas e cuidados abrangentes.

Palavras Chave

População Idosa. HIV. Sífilis. Estigma Social. Epidemiologia.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Estado de Mato Grosso - Mato Grosso - Brasil, Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Autores

NATHALIA SCHWARZER, CAMILA SALES FAGUNDES, DOUGLAS GABRIEL KUYAVA, VALÉRIA MARIA LIMBERGER BAYER, MARCOS ANTÔNIO MUNIZ DE PAULA