Dados do Trabalho


Título

NEUTROPENIA AUTOIMUNE IDIOPATICA: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Os neutrófilos correspondem aos leucócitos polimorfonucleares, células da primeira linha de defesa do sistema imune. A neutropenia equivale à contagem de neutrófilos menor que 1.500/mm³, o que representa uma baixa reserva neutrofílica, cujas causas podem ser congênitas ou adquiridas. Os pacientes nesses estágios apresentam alta propensão de contraírem infecções mais graves.

Objetivos

Descrever um caso de provável Neutropenia Autoimune e seus desafios na condução e confirmação diagnóstica.

Delineamento e Métodos

Relato de caso realizado por meio da consulta de prontuários médicos.

Resultados

Paciente feminino, 45 anos e previamente hígida iniciou um quadro de tosse, mialgia, astenia, hiporexia e cefaleia. Ao exame físico, notou-se hepatoesplenomegalia e palidez cutaneomucosa. Laboratorialmente, apresentava neutropenia grave com plaquetopenia transitória. Adiante, a despeito de melhora clínica, a paciente persistiu com hepatoesplenomegalia e importante neutropenia associada à presença de linfócitos atípicos. Sorologias, provas de autoimunidade e dosagem de nutrientes mostraram-se inocentes. Ademais, o mielograma e a biópsia de medula óssea evidenciavam boa reserva medular, sem evidências de microrganismos ou invasão neoplásica. Diante disso, a paciente foi submetida a esplenectomia total como prova terapêutica, vide suspeita de doença linfoproliferativa. Contudo, não houveram achados relevantes à análise histológica. Em virtude da adequada reserva medular e a ausência de demais fatores que corroborassem ao quadro, interviu-se com corticoterapia, resultando em melhora parcial da contagem de neutrófilos e redução dos recorrentes episódios de rinussinusite. Posteriormente, complementou-se com estudo imunofenotípico de sangue periférico e pesquisa de mutação do gene JAK2 – inconclusivos – sob hipótese de leucemia de grandes linfócitos granulares. A paciente mantém seguimento clínico com uso de dose baixa de Prednisona e profilaxia com Sulfametoxazol-Trimetropim.

Conclusões/Considerações Finais

A investigação de neutropenia requer história clínica e exame clínico detalhados. Na idade adulta, aumenta-se a suspeição de causas adquiridas. O estudo laboratorial aliado à avaliação da reserva medular deve ser ponderado, na busca de evitar invasivos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, como a esplenectomia. A neutropenia, por si só, submete o paciente a um regime de imunodepressão, agravando-se com a descrita retirada total do baço. Ressaltamos que novas ferramentas, como a imunofenotipagem, devem ser consideradas na conduta investigativa.

Palavras Chave

Neutropenia; Autoimunidade; Imunofenotipagem; Sinusite; Antibioticoprofilaxia.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

ALEX RESENDE ALLIG, ANNA MARIA DE SENNA MIGUELETTO, JALLYSSON SANTOS SILVA, JULIANA MARQUES MARRA, EUDARDO CROSARA GUSTIN