Dados do Trabalho


Título

HANSENIASE EM CRIANÇAS NO ESTADO DO PARA, BRASIL

Fundamentação teórica/Introdução

A hanseníase é uma patologia infecciosa, contagiosa e de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela afeta ambos os sexos e todas as idades, apresentando lesões com hipo ou anestesia, associadas a sintomas como hipoidrose, alopecia, espessamento do nervo e/ou dor. No Brasil, é o segundo país com mais novos casos da doença no mundo, sendo sua ocorrência em crianças e jovens um forte indicador de doença recente e focos ativos de transmissão nas comunidades.

Objetivos

Analisar a ocorrência da hanseníase em crianças de 0 a 14 anos no Estado do Pará.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo sobre os casos de hanseníase em crianças de 0 a 14 anos no Estado do Pará. Os dados foram coletados do banco de dados DATASUS através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de janeiro de 2019 a fevereiro de 2023.

Resultados

Observou-se um total de 663 casos de hanseníase em crianças, dos quais 267 foram diagnosticados em 2019. O perfil com maior incidência corresponde a crianças do sexo masculino (54,75%), na faixa etária de 10 a 14 anos (71,79%) e parda (79,03%). Quanto ao bacilo, a classificação multibacilar possui mais casos (66,06%), enquanto a palcibacilar (33,93%) dos casos. As formas clínicas que mais frequentes são a dimorfa (52,48%) e indeterminada (21,41%) e o restante se divide entre as demais formas. Quanto à baciloscopia, verificou-se que 50,52% dos casos não realizaram o teste, 27,45% obtiveram resultado negativo, 19,75% obtiveram resultado positivo e 2,26% foram classificados como ignorados ou em branco. Por fim, a avaliação da incapacidade física de grau zero foi mais prevalente tanto no momento da cura (47,05%) quanto no diagnóstico (76,01%).

Conclusões/Considerações Finais

Constatou-se um elevado número de casos de hanseníase na população analisada. É perceptível que a busca por tratamentos é negligenciada, assim, é imprescindível que haja a mobilização recursos humanos e financeiros para fornecer apoio físico e medicamentoso, buscando maior adesão à terapêutica e reduzindo o intervalo entre diagnóstico e início do tratamento, o que pode levar a menos sequelas. A implementação de políticas públicas voltadas aos responsáveis das crianças, para conscientização sobre sinais, sintomas e fatores de risco, é fundamental para mitigar a disseminação da doença.

Palavras Chave

Hanseníase; Doença Negligenciada; Região Amazônica.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

VANESSA RAFAELA MICHELS, HENRIQUE LEAL SARMENTO, ELIZANDRA BIÁ VIANA, REBECA DE MENEZES PARENTE, CAROLINE GOMES MACÊDO