Dados do Trabalho


Título

MONONEUROPATIA MULTIPLA EM PACIENTE LUPICA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução:
A mononeurite múltipla (MM) raramente ocorre nos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), mas pode levar a grave limitação funcional’1. As polineuropatias são a manifestação mais comum do sistema nervoso periférico (34,9%-55%), seguida de mononeuropatias únicas e múltiplas (11%-27,3%)2. Uma série de 10 pacientes com LES com neuropatia vasculítica mostrou que todos tinham neuropatias sensoriais e motoras multifocais, assimétricas e mistas, afetando universalmente o nervo fibular comum, seguido do nervo tibial1.

Objetivos

Objetivos: Relatar o caso de paciente jovem com neuropatia periférica por LES.

Delineamento e Métodos

Métodos: Trata-se de um relato de caso, com dados coletados do prontuário da paciente e revisão de literatura no banco de dados PubMed utilizando os descritores “systemic lupus erythematosus”, “systemic lupus erythematosus and mononeuropathy”.

Resultados

Resultados: Feminino, 17 anos, com diagnóstico de LES e nefrite lúpica classe II em 2016. Em acompanhamento com especialista, em uso de micofenolato, prednisona e enalapril. A doença manteve-se estável até dezembro de 2022 quando iniciou quadro de poliartralgia, febre e tosse seca. À admissão hospitalar, apresentava febre, hipotensão, broncopatia ao Raio-X de tórax e pancitopenia, necessitando de internação, suspensão do micofenolato e antibioticoterapia. Durante a hospitalização, evoluiu com neutropenia febril e piora no estado geral. Após 23 dias de internação, diagnosticou-se clinicamente um quadro de MM (devido à indisponibilidade de eletroneuromiografia do Hospital), pela dor forte e perda de força do membro inferior esquerdo e reflexo Aquileu abolido bilateralmente. A conduta foi o controle da doença de base com corticoide, micofenolato e ivermectina. O manejo da dor foi realizado com gabapentina e analgésicos. Após três meses de internação e resolução da pancitopenia e dor, recebeu alta hospitalar com Prednisona, Carbonato de cálcio, sulfametoxazol e trimetoprim por 6 meses, ácido fólico e Ciclofosfamida mensal.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões/Considerações Finais:
O LES raramente cursa com neuropatias periféricas. No caso, a MM manifestou-se sete anos após o diagnóstico, seguida de uma exacerbação do LES. A paciente obteve alta hospitalar com controle doença e da dor, evidenciando que a MM faz parte do diagnóstico diferencial de perda de força e dor em membros e também que para o sucesso do tratamento é necessário considerar a abordagem conjunta de diferentes especialidades.

Palavras Chave

Lúpus Eritematoso sistêmico; mononeuropatia; neuropatia periférica.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital municipal sao josé - Santa Catarina - Brasil, Univille - Santa Catarina - Brasil

Autores

FERNANDA DAGOSTIN VOLKWEIS, EDUARDO PROCOPIO BURIAN CASTRO, GABRIEL CAVALHEIRO LESSACK, ANA JULIA TRIERWEILER VIERIA, EMILIO WEINGREBER