Dados do Trabalho


Título

TUBERCULOSE HEPATICA, UM CASO RARO E DE DIFICIL DIAGNOSTICO: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Tuberculose (TB) é um problema de
saúde pública em países em desenvolvimento como o Brasil. Causada pela bactéria
Mycobacterium tuberculosis, o principal acometimento é o pulmonar, mas pode atingir
outros órgãos como pleura, meninges e fígado.

Objetivos

Relatar um caso incomum de TB hepática.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 69 anos, hipertenso e diabético, em
tratamento de dacrioadenite com corticóide oral em altas doses, deu entrada com
quadro de dor abdominal, inapetência, vômitos e febre há 3 meses. Os exames
laboratoriais mostravam leucocitose e aumento de enzimas canaliculares. O ultrassom
abdominal mostrou imagens sugestivas de nódulos hepáticos, sendo iniciado
tratamento com ceftriaxona. A tomografia (TC) de abdome com contraste evidenciou
nódulos hipodensos, sugestivos de abscessos nos segmentos II (2,8 cm), IV (2,9 cm),
V (1,2 cm, 2,3 cm e 2,5 cm) e VIII (3,3 cm). Foram associados oxacilina e metronidazol,
mantidos por 21 dias. Paciente manteve quadro febril, sem melhora clínica. Realizada
TC de controle sem alteração em relação ao exame anterior. Optado por realização de
biópsia hepática, que mostrou fibrose envolvendo os hepatócitos e inflamação crônica
no espaço portal. Devido a piora clínica, a terapia foi substituída por imipenem,
vancomicina e fluconazol por mais 21 dias, por suspeita de infecção fúngica. Paciente
manteve-se com quadro febril, astenia, sudorese e perda de peso. Submetido a
videolaparoscopia diagnóstica sem evidência de lesões. Novo exame de imagem foi
realizado após término do segundo esquema de antimicrobianos, visto redução de
algumas lesões, mas nódulo do segmento VIII apresentou aumento (5,7 cm), além de
surgimento de novas lesões nos segmentos II (4,3 cm), V (3,4 cm) e VI (3,7 cm). As
hemoculturas e BAAR foram negativos. Mantendo piora clínica, de imagem e laboratorial
sendo iniciado prova terapêutica com esquema RIPE (rifampicina, isoniazida,
pirazinamida e etambutol) com regressão da febre 48 horas após e melhora clínica
progressiva. Paciente seguiu em acompanhamento ambulatorial mensal, mantendo
RIPE por 60 dias e RI por mais 10 meses, permanecendo assintomático. A TC realizada
um ano após finalizado esquema tuberculostático, indicou regressão total das lesões
prévias.

Conclusões/Considerações Finais

Tal forma de TB é rara, de difícil
diagnóstico e deve ser lembrada como diagnóstico diferencial de nódulos hepáticos.

Palavras Chave

Tuberculose, Disseminada, Nódulos Hepáticos

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL DE CLINICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO - Minas Gerais - Brasil

Autores

ADRIENE DA SILVA LUCAS, THRÍCIA CHRISTINA GARCIA DINIZ REZENDE, VICTÓRIA BEATRIZ DA SILVA VITORINO, ROBERTA FERNANDES BRAZ , GUSTAVO DE ALMEIDA VIEIRA