Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: DESAFIO CLINICO DA SINDROME DE HIPERVISCOSIDADE

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome da hiperviscosidade é uma complicação rara relacionada à gamopatias monoclonais, sendo considerada uma emergência oncológica.

Objetivos

Descrever um caso de mieloma múltiplo com síndrome de hiperviscosidade, elucidando peculiaridades no manejo. Reforçar a importância do manejo conjunto entre diferentes especialidades médicas.

Delineamento e Métodos

Relato de caso, por coleta de informações no prontuário eletrônico.

Resultados

Paciente masculino, 73 anos, admitido em um hospital de Belo Horizonte pela equipe da neurologia, com suspeita clínica de mieloma múltiplo. Apresentou-se com lombalgia intensa associada a perda de peso e paresia de membros inferiores, além de lesões osteolíticas em corpos vertebrais da coluna toracolombar em tomografia. Identificou-se anemia, disfunção renal, hiperfosfatemia e hipercalcemia. Sua única comorbidade é hipertensão.
Foi direcionado para um setor do hospital onde há acompanhamento neurológico em conjunto com a clínica médica. A equipe clínica observou que, em adição às alterações descritas, o paciente apresentava vômitos recorrentes, constipação, cianose central e de extremidades, petéquias em língua e livedo reticular em membros inferiores. Essas alterações estavam presentes mesmo com sinais vitais estáveis e eram intensificadas com o frio.
Esses sintomas levantaram a suspeita clínica de hiperviscosidade, que motivou a prescrição de hidratação endovenosa. Intercorreu com piora da cianose, dessaturação nova, dor torácica e sintomas compatíveis com descompensação de insuficiência cardíaca após a sobrecarga volêmica. Realizado ecocardiograma que evidenciou fração de ejeção ventricular reduzida (38%), com distúrbios segmentares - questiona-se coronariopatia secundária a hiperviscosidade.
Paciente encaminhado para o centro de terapia intensiva, onde foi realizado o controle volêmico. Em seguida, foi possível estender a propedêutica com eletroforese de proteínas com padrão monoclonal IgG/Kappa e mielograma com infiltração por 27,5% plasmócitos atípicos. Assim, foi transferido para um hospital oncológico para continuidade do cuidado.

Conclusões/Considerações Finais

A síndrome de hiperviscosidade tem manejo difícil, com potencial de complicações graves. As comorbidades podem ser descompensadas nesse contexto, o que corrobora a importância da assistência multiprofissional para melhores desfechos clínicos.

Palavras Chave

Gamapatia Monoclonal; Oncologia clínica; Equipe Interdisciplinar de Saúde.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL ODILON BEHRENS - Minas Gerais - Brasil

Autores

YASMIN ROSA STORCK ROCHA RODRIGUES, ÂNGELA GIL PATRUS PENA, EDUARDO HENRIQUE MENESES PRADO, POLIANA XAVIER CARDOSO ANDRADE, PEDRO FERRARI SALES DA CUNHA