Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DAS INTOXICAÇOES POR PARAQUAT NO PERIODO DE 2018-2022 NO RIO GRANDE DO SUL: DADOS DO CENTRO DE INFORMAÇAO TOXICOLOGICA DO RIO GRANDE DO SUL (CIT-RS)

Fundamentação teórica/Introdução

As intoxicações orais por Paraquat (PQ) são conhecidas por alta toxicidade e letalidade - ademais, fatores como facilidade de acesso, inexistência de antídotos específicos da substância e seu baixo custo somam para a gravidade dos envenenamentos.

Objetivos

Expor o perfil epidemiológico das intoxicações envolvendo PQ no RS ocorridas no período de 2018 a 2022.

Delineamento e Métodos

O estudo, descritivo e retrospectivo, foi realizado com dados secundários oriundos de sistema de informação de centro de toxicologia no período de 2018 a 2022.

Resultados

Foram notificadas 82 intoxicações por PQ no período de 2018-2022 - a maioria das intoxicações não foi por via oral (69,5%) e foram classificadas como leves. A maior parte das intoxicações orais por PQ aconteceu nos anos de 2018 (9) e 2019 (7) e a maioria foi classificada como fatal (44%) e grave (24%), sendo que a minoria dos casos foi classificada como leve (20%), moderada (4%) ou de gravidade ignorada (8%). A prevalência de intoxicações orais por PQ foi maior em homens (69%) e a faixa etária predominante foi de 30-39 anos (38,4%), seguida de 20-29 anos (19,2%), 40-49 anos (19,2%). As circunstâncias da exposição foram prevalentemente tentativas de suicídio (88%) - as demais ocorrências (12%) foram por acidente individual. O primeiro atendimento médico foi em até 1h para 42,1% dos casos, de 1-2h para 15,7% dos casos e de 2-6h para 21% dos casos. Sintomas iniciais apresentados foram mais frequentemente (56,2%) sintomas do trato gastrointestinal (vômitos profusos e de coloração esverdeada, náuseas, diarreia e dor abdominal), rebaixamento do nível de consciência (6,2%) e sudorese e taquicardia (4,1%); ademais, 10,4% dos pacientes se apresentaram assintomáticos no primeiro atendimento. A maior parte dos pacientes fatais faleceu entre 3-7 dias desde o primeiro atendimento médico (36%), seguida de 0-3 dias e 7-10 dias (27%). A maioria dos pacientes necessitou de cuidados intensivos e foi encaminhada para hemodiálise (52%) e as principais complicações identificadas foram insuficiência renal aguda, acidose metabólica e insuficiência respiratória.

Conclusões/Considerações Finais

Em síntese, mesmo com as medidas recentes de regulamentação da substância no país, há redução discreta no número de intoxicações por via oral de PQ no RS; é necessária, portanto, a capacitação de profissionais objetivando a execução imediata das condutas para intoxicações com PQ.

Palavras Chave

Paraquat; Intoxicação medicamentosa; Tentativa de suicídio.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA DO RIO GRANDE DO SUL (CIT-RS) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MARIA EDUARDA PARISOTTO WISINTAINER, JEOVANA CERESA, PEDRO CERVO CALDERARO, BRUNA TELLES SCOLA, VIVIANE CRISTINA SEBBEN