Dados do Trabalho


Título

LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO ASSOCIADO A HEPATITE AUTOIMUNE - RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune multissistêmica que envolve vários órgãos como pele, sistema nervoso central e rins. O envolvimento hepático primário (hepatite lúpica) normalmente não faz parte do espectro do LES (3-8%), contudo, hepatopatias secundárias são frequentes. A Hepatite Autoimune (HAI) é uma doença inflamatória hepatocelular de caráter progressivo, de etiologia desconhecida e que pode apresentar-se concomitantemente ao LES. Nesse sentido, a HAI apresenta resposta satisfatória à terapêutica imunossupressora, entretanto, em casos de demora de diagnóstico e/ou tratamento, a doença pode evoluir para graus variados de hepatopatia, como a cirrose hepática descompensada com necessidade de transplante.

Objetivos

Relatar a evolução de um caso de HAI em paciente com LES.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, com dados obtidos através do prontuário da paciente.

Resultados

Paciente feminina, 68 anos, diagnosticada com LES, cirrose por HAI e em uso de prednisona 5 mg, AAS 100 mg, levotiroxina 50 mcg, propranolol 40 mg, espironolactona 100 mg, dipirona sn, plasil sn, omeprazol 20 mg, hidroxicloroquina 400 mg, azatioprina 50 mg. Compareceu relatando sintomas de refluxo gastroesofágico, apresentava edema de MMII 2/4+, ascite moderada e flapping negativo. A endoscopia digestiva alta visualizou varizes de grosso calibre, gastrite leve no antro e sinais de gastropatia congestiva, a ultrassonografia apresentava sinais de hepatopatia crônica, esplenomegalia, ateromatose de aorta abdominal, cisto renal à esquerda de 4,3 cm, volumosa ascite. A ressonância magnética e a colangiorressonância demonstraram sinais de hepatopatia crônica, ascite acentuada e esplenomegalia. Com evolução do quadro, a paciente foi encaminhada para transplante hepático.

Conclusões/Considerações Finais

Uma vez que a HAI se caracteriza por inflamação contínua do fígado, o tratamento precoce pode definir a capacidade de induzir a remissão completa e sustentada da doença, determinando menor dano hepático e evitando quadros irreversíveis com necessidade de transplante. Assim sendo, embora a ocorrência de HAI em indivíduos com LES seja rara, cerca de 1% dos casos, com a finalidade de diagnosticar precocemente essa co-ocorrência e melhorar o prognóstico dos pacientes, é importante a realização dos testes de função
hepática em indivíduos lúpicos, com posterior investigação diferencial caso alterados.

Palavras Chave

Hepatopatia; hepatite autoimune; Lúpus Eritematoso Sistêmico; transplante hepático.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNOESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

VITORIA SCALSAVARA PEREIRA, EMERSON PELLIN, MARIA CAROLINA HENDGES GONÇALVES, FLAVIA DE LUCCA , CAMILA KLEBER STROHER