Dados do Trabalho


Título

EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES OFIDICOS FATAIS DE 2013-2022 NO RIO GRANDE DO SUL: DADOS DO CENTRO DE INFORMAÇAO TOXICOLOGICA DO RIO GRANDE DO SUL (CIT-RS)

Fundamentação teórica/Introdução

Acidentes com alguns gêneros de ofídios, como Bothrops e Elapidae, são categorizados como emergências clínicas devido à possibilidade de complicações graves da intoxicação. Idosos são bastante vulneráveis às consequências do ofidismo dadas as alterações fisiológicas do envelhecimento.

Objetivos

Apresentar o perfil epidemiológico dos acidentes fatais com ofídios no período de 2013 a 2022 no RS.

Delineamento e Métodos

O estudo, descritivo e retrospectivo, foi realizado com dados secundários oriundos do sistema de informação do centro de toxicologia de 2013 a 2022.

Resultados

Foram notificados 6.916 acidentes com ofídios venenosos ao centro de toxicologia na última década - destes, 19 foram intoxicações fatais. Os óbitos foram relacionados em totalidade com acidentes com ofídios do gênero Bothrops (18 casos) e ofídio do gênero Elapidae (1 caso). A intoxicação fatal elapídica teve como vítima um homem de 46 anos, com tempo de busca para assistência médica estimado em 4h após o acidente. As intoxicações fatais relacionadas com acidentes botrópicos tiveram como vítimas exclusivamente idosos: anos com maior incidência de envenenamentos fatais botrópicos foram 2021, com 6 casos, e 2020, com 3 casos. A prevalência foi maior em homens (72%), com predomínio de faixa etária de 60-65 anos (44%), seguida de 70-75 e 76-80 anos (16%). O local do acidente botrópico foi majoritariamente em áreas rurais (66%) e a média de tempo para busca de assistência médica foi predominantemente de até 1 hora (33%), seguido de entre 1 a 6h (27%) e o paciente buscou cuidados somente após 48h do acidente em 22% dos casos, sendo orientada administração de 12 ou mais ampolas de soro antibotrópico na maioria dos eventos (83%), aplicadas nas primeiras 24h na maioria dos casos; concomitantemente, a maior parte dos óbitos (33%) também ocorreu nas 24h iniciais. Complicações mais comuns relacionadas às intoxicações botrópicas foram rebaixamento do nível de consciência (33%), necessidade de ventilação mecânica (27%) e necessidade de hemodiálise por insuficiência renal aguda (22%), enquanto que as maiores causas de morte identificadas foram sangramento intracraniano (27%) e edema agudo de pulmão (11%).

Conclusões/Considerações Finais

É imperativa a adoção imediata de medidas efetivas de prevenção e capacitação de profissionais de saúde, objetivando a proteção de populações que se mostram particularmente vulneráveis a desfechos fatais em acidentes ofídicos.

Palavras Chave

acidente ofídico; intoxicação; bothrops

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) - Rio Grande do Sul - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

RODRIGO CHULTZ, JEOVANA CERESA, PEDRO CERVO CALDERARO, BRUNA TELLES SCOLA, VIVIANE CRISTINA  SEBBEN