Dados do Trabalho


Título

AUTONOMIA E TOMADA DE DECISAO NO USO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇAO EM IDOSO INSTITUCIONALIZADO, UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

No campo da Medicina, a resolução e tomada de decisões sobre manejo do paciente idoso são fatores que via de regra levamos em conta a opinião da família e da equipe multiprofissional, seja pelo paciente apresentar quadro demencial ou fragilidade clínica.

Objetivos

Descrever um relato de caso para evidenciar que, mesmo em condições de idoso muito longevo com multicomorbidades, é possível proporcionar qualidade de vida ao paciente levando em conta seu querer.

Delineamento e Métodos

As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário médico da paciente, avaliando sua evolução e condutas, além de entrevista com seu médico assistente. Posteriormente, foi realizado uma revisão de literatura sobre o assunto abordado.

Resultados

Z.G.S.C.E.S, 96 anos, feminino, portadora de multicomorbidades, residente de lar geriátrico. Desde última internação em fevereiro de 2022 por quadro de celulite em membro inferior direito, evoluindo com trombose venosa, paciente iniciou com disfagia para sólidos e, posteriormente, para líquidos. Após avaliação nutricional e fonaudiológica a indicação seria de via alternativa para alimentação, como sonda nasoenteral. Desse modo, foi discutido com equipe multidisciplinar sobre necessidade de aval da família. Uma filha médica e outra enfermeira foram chamadas para conversar sobre medidas de suporte na senilidade. Ambas optaram por não realizar medidas mais invasivas que poderiam causar desconforto na mãe.
Com isso, instalou-se um dilema ético entre equipe e família, demonstrando o quão delicado é esse exemplo de situação. Sabia-se que o objetivo não objetivava a cura, mas sim proporcionar conforto e dignidade para a paciente. Com isso, médico geriatra teve ideia de conversar com a paciente e considerar a sua decisão, e não somente dos profissionais e familiares. Explicou para paciente sobre a alternativa, que ela não sentiria mais gosto, não teria prazer em comer e a resposta da idosa foi: “eu quero estar viva independentemente do modo”, com isso foi então optado pela colocação de sonda nasoenteral, sendo respeitada essa decisão.

Conclusões/Considerações Finais

Mesmo em quadro demenciais, sabemos que períodos de lucidez existem, embora parciais. Com isso, fica o aprendizado de que devemos, como profissionais da saúde, na medida do possível, sempre levar em relevância o desejo do paciente sobre a preferência pelos seus cuidados.

Palavras Chave

ética, cuidados de fim de vida, geriatria

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

JESSICA BIANCHI, AMANDA DISS DOS SANTOS, CÉSAR LUIZ GONÇALVES, AMANDA MARQUES DURANT