Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA PERCEPÇAO DO PACIENTE COM LESAO MEDULAR SOBRE A SUA SEXUALIDADE

Fundamentação teórica/Introdução

A saúde sexual é fundamental, inclusive para pessoas com lesão medular (LM). O mito de que pessoas com LM são assexuais favorece o preconceito e desinformação.

Objetivos

Investigar as maiores dificuldades dos pacientes com LM em relação a sexualidade. Avaliar a importância da sexualidade e como a LM afetou sua vida sexual. Identificar a percepção do paciente com LM sobre a abordagem médica de sua sexualidade.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal descritivo com coleta de dados via online por redes sociais e grupos de apoio. Foram incluídos no estudo pessoas com LM residentes no Brasil, há pelo menos 2 anos. As perguntas foram respondidas de forma anônima e dados demográficos e sobre sexualidade, antes e após a LM, preconceito pelo fato de terem LM. Adicionalmente, se durante consulta médica foi abordado o tema sexualidade, com qual frequência ocorreu e grau de contentamento em relação à conversa.

Resultados

Foram estudadas 146 respostas (42 mulheres e 102 homens). A maioria dos participantes tinha entre 30 a 39 anos e eram brancos. A maioria teve LM há mais de 10 anos (75%). Vida sexual foi considerada importante para mais de 70%, sem diferença em relação ao sexo ou tipo de LM. Homens iniciam antes que as mulheres (P = 0,00026). Sobre terem orgasmo, comparando-se LM completa e incompleta, 60,3% daqueles com LM completa não conseguem chegar ao orgasmo, enquanto entre aqueles com LM incompleta foi 32,1% (P=0,00062). Independente de sexo, orientação e tipo de lesão, mais de 70% reportaram ter enfrentado algum tipo de preconceitol. Entre os fatores que causam insegurança na atividade sexual, os mais frequentes foram diminuição da mobilidade, perda de controle esfincteriano e posicionamento. “Não se sentir atraente” foi mais frequente entre as mulheres (40,5% x 26,5% dos homens, P=0,00017). Homens sofrem mais na vida sexual pós LM, com diminuição da vontade e frequência sexual (P<0,0001). Sobre a abordagem médica, 45,2% responderam não ter recebido orientação sobre sexualidade e mesmo quando abordada a temática, 58,9% afirmaram que não foi esclarecedor. Por outro lado, 76,7% se sente confortável em falar sobre o tema e 79,5% acreditam que a orientação melhoraria a sua vida sexual.

Conclusões/Considerações Finais

Identificou-se no estudo que vida sexual é importante para a maioria das pessoas com LM. A abordagem médica da sexualidade de pessoas com LM foi considerada insuficiente. A falta de orientações em consultas, aumenta os medos e inseguranças na vida sexual das pessoas com LM.

Palavras Chave

traumatismos da medula espinhal; sexualidade; pessoa com deficiência física; reabilitação.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Positivo - Paraná - Brasil

Autores

LARISSA COLI VIEIRA, ANA CAROLINA COELHO BARACAT, MILENA ESPANHOLA DE SOUZA COSTA, PAULA EMANOELY OLIVEIRA FERREIRA, GABRIEL FELIPE CONTIN DE OLIVEIRA