Dados do Trabalho

Título

HEPATITE AGUDA ALCOOLICA E MEDICAMENTOSA POR RIPE EM PACIENTE EM TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE PULMONAR

Fundamentação teórica/Introdução

A tuberculose pulmonar (TB) é uma doença infectocontagiosa grave, com alta taxa de mortalidade, se não tratada adequadamente. O tratamento, feito através de associação medicamentosa, visa proteção cruzada e evitar o surgimento de resistência bacilar, sendo composto por um regime bifásico e prolongado. Dentre os diversos efeitos colaterais está a hepatite induzida por drogas, sendo a importância deste relato.

Objetivos

Relatar um caso de hepatite aguda alcoólica medicamentosa após tratamento de TB.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, tipo relato de caso, com análise de prontuário de paciente.

Resultados

RAM, 31 anos, masculino, natural e procedente de São José, Santa Catarina. Etilista (uso diário de 1 litro de destilado) e usuário de maconha (5 cigarros por dia). Paciente diagnosticado com tuberculose em janeiro de 2023 (traz consigo exames clínico-radiológico e confirmação diagnóstica por BAAR). Iniciou com terapia (RIPE – rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) conforme protocolo do Ministério da Saúde. No entanto, com adesão irregular ao tratamento, com múltiplas cessadas e retomadas, associado ao hábito etílico diário. Chega encaminhado da unidade de pronto atendimento devido icterícia conjuntival, associada a dor em hipocôndrio direito, esporádica e hemoptise. Nega febre, hematêmese, tosse. Exames laboratoriais da admissão: bilirrubina total (BT) 10,4 mg/dL; bilirrubina direta (BD) 5,4 mg/dL; aspartato aminotransferase (AST) 312 U/L; alanina aminotransferase (ALT) 193 U/L; gama glutamil transferase (GGT) 3.311 U/L; demais sem alterações. Além disso, foram solicitadas sorologias para sífilis, HIV, hepatites virais, as quais foram negativas. Diante disso, fora suspendido esquema RIPE. Durante a internação o paciente manteve-se estável, mas com aumento AST (609 U/L), regressão de ALT (186 U/L) e de BT (7,07 mg/dL), GGT (1.544 U/L) até o 5º dia de internação, com posterior declínio de AST e manutenção da queda dos demais. Ao ultrassom de abdome não foram evidenciadas alterações significativas. Portanto, o paciente apresentou um quadro de hepatite aguda sem sinais de insuficiência hepática, de etiologia medicamentosa e alcoólica, em resolução.

Conclusões/Considerações Finais

A tuberculose pulmonar é uma doença com tratamento com drogas hepatotóxicas, desta forma pode-se gerar complicações severas aos pacientes, principalmente se o tratamento for feito de forma irregular e associado ao etilismo.

Palavras Chave

Hepatite Induzida por Fármacos, Tuberculose Pulmonar, Lesão Hepática Aguda Induzida por Substâncias.

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Área

Clínica Médica