Dados do Trabalho

Título

INSUFICIENCIA CARDIACA POR HIPERTENSAO REFRATARIA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Insuficiência Cardíaca (IC) é caracterizada pela incapacidade do coração bombear sangue adequadamente para o corpo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2018). O controle inadequado da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das principais causas da IC, já que estimula mecanismos compensatórios que podem levar à disfunção cardíaca (RODRIGUES; CORREIA; SANTORO, 2019). IC afeta milhões de pessoas mundialmente e a sobrevida após 5 anos do diagnóstico é baixa (MOZAFFARIAN et al, 2016). No Brasil, apesar dos vários recursos terapêuticos, IC e a má adesão ao tratamento causam altas taxas de mortalidade e hospitalização. (PEREIRA; CORREIA, 2020)

Objetivos

Descrever a evolução clínica de uma paciente com IC acompanhada na Atenção Primária de Saúde (APS).

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso de uma paciente feminina, 44 anos, acompanhada na APS devido à HAS refratária. Realizaram-se anamnese, exame físico e exames complementares para investigação.

Resultados

Paciente iniciou acompanhamento na APS com quadro HAS refratária, fazendo uso de seis medicações diferentes. Encaminhada ao cardiologista, apresentava dispneia em esforços médios/grandes. O exame físico revelou ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas e um sopro pansistólico importante em foco mitral e tricúspide (3+/6+). A medicação Atenolol foi substituída por Carvedilol, e foi iniciado o uso de Furosemida. Foram solicitados exames laboratoriais e Ressonância Nuclear Magnética Cardíaca, Eletrocardiograma, Ecocardiograma e Raio X de tórax. Em retorno, paciente apresentou piora sintomática e Ecocardiograma revelou aumento das dimensões do Átrio e Ventrículo esquerdos, insuficiência mitral leve/moderada e fração de ejeção (FE) de 30%. Foi solicitado Ecocardiograma transesofágico e paciente iniciou Digoxina e medicação Atensina foi suspensa. Em novo retorno, Ecocardiograma indicou hipertrofia do Ventrículo Esquerdo, disfunção sistólica importante e insuficiência mitral grave. A paciente foi encaminhada para cirurgia de troca valvar e teve seu tratamento medicamentoso ajustado.

Conclusões/Considerações Finais

Este relato é relevante não pela excepcionalidade, mas pela sequência de eventos que frequentemente encontramos na prática diária. Assim, reforça-se a importância do controle adequado da HAS para prevenir IC. A paciente apresentou insuficiência mitral grave e disfunção sistólica importante, sendo necessária cirurgia de troca valvar para melhora dos sintomas e da qualidade de vida. A APS é essencial para o acompanhamento e tratamento iniciais desses pacientes.

Palavras Chave

Insuficiência cardíaca, hipertensão, atenção primária

Arquivos

Área

Clínica Médica