Dados do Trabalho


Título

EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES POR LAGARTAS DO GENERO LONOMIA NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE 2018 E 2022: DADOS DO CENTRO DE INFORMAÇAO TOXICOLOGICA DO RIO GRANDE DO SUL (CIT-RS)

Fundamentação teórica/Introdução

Erucismo por lagartas do gênero Lonomia é de fundamental interesse clínico e importância na região Sul do Brasil, dada a prevalência do gênero na região e pela possibilidade da intoxicação resultar em quadros graves com distúrbios hemorrágicos e insuficiência renal aguda.

Objetivos

Apresentar o perfil epidemiológico dos acidentes com lagartas do gênero Lonomia no RS entre 2018-2022.

Delineamento e Métodos

O estudo, descritivo e retrospectivo, foi realizado com dados secundários oriundos do sistema de informação de centro de toxicologia no período de 2018-2022.

Resultados

Foram notificados 122 acidentes envolvendo o gênero Lonomia ao CIT-RS no período de 2018 a 2022 - destes, 20 (20%) foram intoxicações que ocorreram em idosos. Os anos com maior incidência de envenenamentos foram 2018, com 44 casos, e 2021, com 33 casos. A maioria dos acidentes foi classificada como moderada (38,5%) e somente 13,9% foram classificados como graves. Não foram notificados acidentes fatais. Para a maior parte dos casos tratados com soroterapia, foram indicadas apenas 5 ampolas de soro antilonômico (40,9% do total) e para 12,2% dos casos, foi indicado o número máximo de ampolas para soroterapia, ou seja, 10 ampolas. A prevalência de acidentes foi maior em homens (68%), em zona urbana (46,7%) e as faixas etárias predominantes foram de 50-59 anos (17,2%), 40-49 anos (15,5%) e 60-69 e 0-9 anos (14,7%). Os meses do ano com maior frequência de acidentes foram os meses do verão: janeiro (24,5%), dezembro (14,6%) e fevereiro (12%). A média de tempo para busca de assistência médica foi predominantemente em até 1h do acidente (28,6%), seguidos de entre 1h-2h (15,5%); ademais, 13,9% dos pacientes buscou atendimento somente 48h depois do acidente. Os sintomas iniciais apresentados no primeiro atendimento médico foram majoritariamente (48,9%) manifestações locais (dor, eritema, edema e prurido local), seguidos de hematúria (9,7%), hematoma (5,4%) e gengivorragia, epistaxe ou hemoptise (4,8%). As complicações mais frequentes foram insuficiência renal aguda e alteração da coagulação.

Conclusões/Considerações Finais

Dada a persistência do padrão clínico-epidemiológico dos acidentes ao longo dos últimos anos, urge que se eduque a população a buscar atendimento médico breve perante suspeita de contato com lagartas do gênero Lonomia, bem como se capacite os profissionais de saúde para diagnóstico e condutas imediatas diante de tal intoxicação.

Palavras Chave

Lagartas; Intoxicação, Perfil epidemiológico

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) - Rio Grande do Sul - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

HENRIQUE KRZISCH, JEOVANA CERESA, PEDRO CERVO CALDERARO, BRUNA TELLES SCOLA, VIVIANE CRISTINA SEBBEN