Dados do Trabalho


Título

HEMICOREIA COMO COMPLICAÇAO DO DIABETES TIPO II: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Diabetes mellitus é uma doença crônica e prevalente no mundo, com complicações conhecidas, sobretudo no sistema cardiovascular. Também são descritas desordens neurológicas, dentre elas a neuropatia periférica e desfechos como acidente vascular encefálico. Distúrbios do movimento, que compreendem também coreia, é uma manifestação rara, acometendo especialmente mulheres em idade avançada.

Objetivos

O objetivo do presente estudo é relatar um caso de difícil diagnóstico e de proposta terapêutica desafiadora.

Delineamento e Métodos

As informações foram coletadas via prontuário eletrônico com autorização da paciente.

Resultados

Mulher de 75 anos, portadora de diabetes mellitus tipo 2 há sete anos, em tratamento irregular com metformina. Iniciou quadro de movimentos involuntários em hemiface e dimídio direito que evoluíram em dez dias, piores durante o dia e com melhora ao repouso, que coincidiam com descontrole de glicemia capilar (450 mg/dl, na admissão). Não havia comprometimento cognitivo ou desorientação temporo-espacial. Membros superior e inferior direito apresentavam discinesia proximal e distal involuntária de grande amplitude, assemelhando-se à “dança” descrita na coréia. Os exames laboratoriais mostraram uma hemoglobina glicosilada de 14,8% com glicosúria em urina I, sem acidose metabólica. A análise liquórica, sorologias e marcadores de autoimunidade foram negativos para infecções, doenças inflamatórias ou neoplásicas. A tomografia de crânio descartou infarto cerebral, hemorragia ou tumor em gânglios da base. Foi realizada uma ressonância magnética de crânio com hipersinal em T1 unilateral em núcleo lentiforme à esquerda, sem alterações à difusão, achados relacionados a distúrbio tóxico-metabólico compatível com hiperglicemia. Houve melhora parcial do quadro após controle glicêmico e associação de mirtazapina.

Conclusões/Considerações Finais

A coreia é uma complicação rara do diabetes. O tratamento inclui um controle rigoroso da glicemia e o uso de medicamentos para controle de sintomas, onde a maioria dos casos melhoram, com prazo de dias a meses. No caso apresentado, após um mês, houve melhora parcial dos movimentos coreiformes com as medidas adotadas.

Palavras Chave

Coreia, Transtornos coreicos, discinesias, diabetes mellitus

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital das Clínicas da Unicamp - São Paulo - Brasil, Hospital Estadual de Sumaré - São Paulo - Brasil

Autores

ALINE SANTANA JUNCKER, LUCAS MARTIM MOSCHEM, RAFAELA AMADO BATISTA, LARISSA ROLIM OLIVEIRA, JONATAS PIAZZA PENA