Dados do Trabalho


Título

ENDOCARDITE INFECCIOSA ASSOCIADA A DROGAS ENDOVENOSAS: UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

A endocardite infecciosa (EI) é uma infecção do endotélio cardíaco e pode se apresentar como doença aguda ou subaguda. Exames de imagem podem revelar sinais periféricos de EI, como cavitação pulmonar e infarto esplênico. A hipótese deve ser aventada em pacientes que apresentam doença associada a fatores de risco, como, idade maior que 60 anos, sexo masculino, doença cardíaca estrutural, valva protética, história de EI e uso de droga intravenosa.

Objetivos

Ilustrar um caso de EI em paciente portador de fatores de risco.

Delineamento e Métodos

Estudo de relato de caso, analisado prontuário retrospectivamente.

Resultados

Masculino, 34 anos, previamente hígido, com histórico de uso de drogas endovenosas. Procurou Pronto Atendimento por cefaleia há 1 mês com piora recente, alteração comportamental e febre. Questionada hipótese de meningite bacteriana, iniciado tratamento e encaminhamento para hospital terciário. Admitido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi descartada hipótese inicial e aventado diagnóstico de EI, sendo evidenciada em Ecocardiograma Transtorácico (ECO-TT) volumosa lesão vegetante em valva mitral associada a discreta insuficiência valvar. Coletada hemocultura e iniciado tratamento empírico.
Após 4 dias em UTI, sem melhora clínica, suspenso tratamento anterior e iniciada Vancomicina para o tratamento do Staphylococcus hominis identificado em hemocultura. Devido a dificuldade na titulação da droga, opta-se pela substituição por Daptomicina.
Após 15 dias, sem melhora clínica, ultrassonografia (USG) de abdome evidenciou lesão sugestiva de embolia séptica no baço e novo ECO-TT demonstrou insuficiência mitral grave. Após avaliação pela equipe de cirurgia cardíaca, optado pela troca da valva por prótese metálica.
No 14º PO evolui com novo quadro febril, apresentando ECO-TT sem alterações e USG de abdômen com redução da lesão esplênica. Devido à deterioração clínica, optou-se por ampliar cobertura antimicrobiana, sendo esta suspensa após 10 dias devido a uma farmacodermia grave. No 36º PO, apresentou melhora clínica importante, estando apto para alta hospitalar após novo ECO-TT e USG sem alterações significativas, com retorno ambulatorial precoce.

Conclusões/Considerações Finais

Observa-se, portanto, quadro de EI em paciente jovem com fator de risco. Ao descrever complicações intra-hospitalares nota-se gravidade do caso, dificuldade no manejo, resultando em internação prolongada.

Palavras Chave

endocardite; drogas de abuso; farmacodermia;

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL SÃO LUCAS - Paraná - Brasil

Autores

RAFAELA LUIZA ALTHEIA GRIZA, MARIA EDUARDA DALL'OGLIO WHITAKER, SORAYA ARGENTON RAHMAN GUTIERREZ, SARA LEGRAMANTI, JULIA MELLO LUCENA