Dados do Trabalho


Título

EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES ESCORPIONICOS GRAVES E MODERADOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM 2018-2022 NO RIO GRANDE DO SUL: DADOS DO CENTRO DE INFORMAÇAO TOXICOLOGICA DO RIO GRANDE DO SUL (CIT-RS)

Fundamentação teórica/Introdução

Acidentes com escorpiões podem resultar em intoxicação (escorpionismo) - a gravidade do quadro é dependente de variados fatores e demanda identificação e manejo imediatos. O escorpionismo evolui de forma benigna na maioria dos acidentes, entretanto, crianças e adolescentes são um grupo vulnerável por apresentarem mais frequentemente manifestações graves da intoxicação.

Objetivos

Apresentar o perfil epidemiológico dos acidentes moderados e graves com escorpiões em crianças e adolescentes no RS entre 2012-2022.

Delineamento e Métodos

O estudo, descritivo e retrospectivo, foi realizado com dados secundários oriundos do sistema de informação de centro de toxicologia de 2012 a 2022.

Resultados

Foram notificados 5 acidentes escorpiônicos graves e 107 acidentes escorpiônicos moderados no período - destes, 3 (60%) intoxicações graves e 14 (15,8%) intoxicações moderadas ocorreram em crianças ou adolescentes. O gênero mais frequente em acidentes graves foi o escorpião amarelo (66%), em acidentes moderados foi o escorpião preto (40%). Os anos com incidência de envenenamentos graves foram 2022, 2021, 2017 e 2015, ao passo que os anos com maior frequência de intoxicações moderadas na citada faixa etária foram 2022, 2015 e 2013, com 4 casos em cada ano. A prevalência foi maior em meninos (57,8%) e as faixas etárias predominantes foram de 15-18 anos (29,4%), 7-10 anos e 0-3 anos (ambas com 23,5%) e todas as intoxicações graves foram observadas em menores de 10 anos de idade. A média de tempo para busca de assistência médica foi predominantemente em até 1h após o acidente (38,8%), seguido de entre 6 e 12h (29,4%) e 1 a 2h (17,6%). Os meses do ano com maior frequência de acidentes foram fevereiro (23,5%), dezembro (17,6%) e outubro (17,6%) e a parte do corpo mais frequentemente acometida pela picada foram membros inferiores (64,7%) e mão (11,7%). Os sintomas iniciais apresentados no primeiro atendimento médico foram majoritariamente dor local (25%), êmese (18,7%), sudorese (12,5%), hipertensão arterial e taquicardia (12,5%) e prostração (12,5%). Na maior parte dos casos, não foi indicada soroterapia, e quando foi indicada, prevalentemente foram indicadas até 3 ampolas de soro antiescorpiônico (33%).

Conclusões/Considerações Finais

É imperativo educar a população e os profissionais da saúde em relação à prevenção e atendimento médico imediato para redução de desfechos desfavoráveis em acidentes escorpiônicos com crianças e adolescentes.

Palavras Chave

Escorpionismo; Criança; Adolescente; Intoxicação.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MARIA EDUARDA PARISOTTO WISINTAINER, JEOVANA CERESA, PEDRO CERVO CALDERARO, BRUNA TELLES SCOLA, VIVIANE CRISTINA SEBBEN