Dados do Trabalho


Título

REALIZAÇAO DE DIAGNOSTICO DE NEOPLASIA MALIGNA DA GLANDULA TIREOIDE NO BRASIL: COMPARAÇAO ENTRE OS ANOS DE PANDEMIA PELO SARS-COV-2 DE 2019 A 2022.

Fundamentação teórica/Introdução

Cerca de 95% das neoplasias malignas do sistema endócrino, são neoplasias malignas da glândula tireoide, sendo no Brasil o 7º câncer mais frequente, desconsiderando o câncer de pele não melanoma. As medidas de isolamento impostas pela pandemia do vírus SARS-COV2 causaram impacto nas estratégias de rastreamento em saúde e faz-se necessário estudos que avaliem suas consequências nos diagnósticos das neoplasias malignas.

Objetivos

Avaliar a variabilidade no número de casos de neoplasia de tireoide diagnosticados no Brasil durante os anos da pandemia pelo SARS-COV-2.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo realizado com dados secundários obtidos via plataforma DATASUS do Ministério da Saúde e tabulados no TABNET. Foram escolhidos e comparados os dados do ano de 2019 a 2022. Essa lacuna temporal foi escolhida considerando que em 2019 ainda não havia registros de casos positivos para SARS-COV-2 no Brasil e em 2022 já havia um abrandamento da sua incidência.

Resultados

Foi possível observar que no ano de 2019 foram diagnosticados 7.524 casos de neoplasia maligna de glândula tireoide no Brasil. Já no ano de 2020, o número de diagnósticos caiu para 6.528, totalizando 996 diagnósticos a menos. Na sequência, no ano de 2021, o número de diagnósticos voltou a aumentar, sendo diagnosticados 7.964 novos casos. Em 2022, com a atenuação da pandemia o aumento foi ainda maior, resultando em 9.341 novos casos.

Conclusões/Considerações Finais

Percebe-se que durante a pandemia do SARS-COV-2 houve flutuação no número de casos diagnosticados de neoplasia de tireoide. O menor número de diagnósticos da série histórica, encontrado em 2020, coincide com o ápice da pandemia, podendo as medidas de isolamento terem repercutido negativamente na busca pelos serviços de saúde resultando em um atraso nas avaliações e diagnósticos. No ano de 2022 houve abrandamento nas medidas de contenção do SARS-COV-2 e consequentemente um aumento significativo no número de diagnósticos de neoplasia de tireoide. Assim, o ápice da pandemia pode ter influenciado negativamente no número de casos de neoplasia de tireoide, resultando em diagnósticos mais tardios e postergados, contribuindo para o aumento total de casos identificados em 2022. Tais dados são importantes pois muitos pacientes que tiveram seus diagnósticos retardados podem ter evoluído para piores desfechos, o que evidencia que os impactos da pandemia podem ter ido mais além do que apenas a morbimortalidade causada pelo SARS-COV-2.

Palavras Chave

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UFN - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

ALAN CONSENSO SAVIATO, BIBIANA FERRARI DE MELLO RITTER, THEREANA PIZZOLATTO DANEZI, KELLEN SANTOS PAIM, LARISSA SPOHR UHLMANN