Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DAS INTOXICAÇOES GRAVES E FATAIS POR ACETAMINOFEN ANO DE 2022 NO RIO GRANDE DO SUL: DADOS DO CENTRO DE INFORMAÇAO TOXICOLOGICA DO RIO GRANDE DO SUL (CIT-RS)

Fundamentação teórica/Introdução

Intoxicações exógenas orais por acetaminofen, definidas como ingesta superior a 150 mg/kg ou maior 7,5 gramas de fármaco, são potenciais emergências toxicológicas devido à possibilidade de falência hepática aguda na superdosagem; ademais, são intoxicações comuns na prática clínica devido a grande exposição ao medicamento.

Objetivos

Expor o perfil epidemiológico das intoxicações medicamentosas graves e fatais ocorridas em 2022 envolvendo acetaminofen no RS e notificadas em centro de toxicologia.

Delineamento e Métodos

O estudo, descritivo e retrospectivo, foi realizado com dados secundários oriundos de sistema de informação de centro de toxicologia de janeiro a dezembro de 2022.

Resultados

Foram notificadas 48 intoxicações graves e 2 intoxicações fatais no ano de 2022. Acerca das intoxicações graves não-fatais, a prevalência foi maior em mulheres (71%) e a faixa etária predominante foi de 10-19 anos (39,5%), seguida de 20-29 anos (29,1%) e 30-39 anos (10,4%). As intoxicações fatais tiveram como vítimas mulheres - de idades ignoradas, sendo uma delas gestante. As circunstâncias da exposição nas intoxicações não fatais foram prevalentemente tentativas de suicídio (95,6%) - as demais ocorrências (2,1% em cada circunstância) foram por erro de administração e acidente individual. A maior parte das ingestas foi feita em conjunto com outros fármacos (60,8%) e as classes farmacológicas mais frequentemente associadas foram AINES (17,9%) e antidepressivos (16,4%), assim como analgésicos, benzodiazepínicos e antipsicóticos (10,4%). Somente em 36,5% dos casos a média para o primeiro atendimento médico foi em até 1h, tempo hábil para administração de medidas adsortivas - entretanto, em 69,5% dos casos o atendimento inicial foi feito nas primeiras 8h desde o evento e, portanto, no período de tempo anterior à instalação de possível dano hepático e, assim, adequado para administração da n-acetilcisteína, antídoto para intoxicação por acetaminofen. Sintomas iniciais apresentados foram frequentemente rebaixamento do nível de consciência e sonolência (30,6%), êmese (12,1%), náuseas (8%) e dor abdominal (4%), ademais, 16,6% dos pacientes eram assintomáticos.

Conclusões/Considerações Finais

Em síntese, urge que sejam empreendidas ações de prevenção ao suicídio e capacitação aos profissionais de saúde visando condutas imediatas de identificação da intoxicação e otimização do manejo para melhores desfechos.

Palavras Chave

acetaminofen, intoxicação medicamentosa, tentativa de suicídio

Arquivos

Área

Clínica Médica

Categoria

Trabalhos Científicos

Instituições

Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) - Rio Grande do Sul - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

HENRIQUE KRZISCH, JEOVANA CERESA, PEDRO CERVO CALDERARO³, BRUNA TELLES SCOLA, VIVIANE CRISTINA SEBBEN