Dados do Trabalho


Título

FRAGILIDADE, DIABETES MELLITUS E POLIFARMACIA EM IDOSOS FRAGES RESTRITOS AO LEITO OU AO LAR

Fundamentação teórica/Introdução

A prevalência de diabetes mellitus no idoso é elevada e está associada à polifarmácia. É fundamental, portanto, a definição do estrato clínico-funcional destes idosos, através da Classificação Clínico Funcional (CCF) do idoso, para a definição das metas terapêuticas mais apropriadas e do uso de determinados fármacos.

Objetivos

Descrever a prevalência de diabetes mellitus (DM) em idosos frágeis, além da prevalência de polifarmácia (≥ 5 medicamentos por dia) e do número médio de medicamentos em idosos frágeis com e sem diabetes.

Delineamento e Métodos

Foram descritos números absolutos e proporções para sexo, idade igual ou acima de 90 anos, dependência completa nas AVD básicas e instrumentais e prevalência de diabetes e polifarmácia. Foi obtida média e desvio padrão para idade, CCF e número de medicamentos. Para as comparações, foi utilizado teste do Quiquadrado e teste t de Student para amostras independentes com nível de significância de 5% (p<0,05).

Resultados

Foram avaliados 1.390 idosos frágeis, com predomínio do sexo feminino (67,8%). A média de idade foi 81,4 (DP=9,4) e 19,5% tinham 90 anos ou mais. O valor médio do estrato na CCF foi 8,2 (DP=1,5). A presença de dependência completa em AVD básicas e instrumentais foi respectivamente, 25,6% e 75,0%. Dos idosos frágeis analisados, 18,5% tinham diabetes e 54,6% tinham polifarmácia. O número médio de medicamentos foi 5,1 (DP=2,9). A polifarmácia ocorreu para 64,5% dos idosos com diabetes e, para os pacientes sem diabetes, esta proporção foi 53,4% (p=0,001). O número médio de medicamentos para pacientes com DM foi 5,64 (DP=2,89) contrastando com 4,95 (DP=2,87) para pacientes sem DM (p<0,001).

Conclusões/Considerações Finais

Mais da metade dos idosos apresentava dependência para AVD instrumentais (75%) ou polifarmácia (54,6%). A prevalência de diabetes mellitus seguiu o padrão descrito na literatura, sendo próxima de 20% e, logo, considerável. Houve associação significativa entre o diagnóstico de DM e a polifarmácia. As metas glicêmicas nos idosos frágeis são diferentes daquelas recomendadas para idosos robustos ou para adultos, pois o controle glicêmico rigoroso aumenta a morbimortalidade, uma vez que o risco de hipoglicemia é maior nesta população mais frágil e em uso de 5 ou mais medicamentos por dia. Deve-se, portanto, ter cuidado com a presença de polifarmácia nos idosos frágeis, evitando-se os medicamentos potencialmente inapropriados para idosos.

Palavras Chave

Idoso fragilizado; Prescrição; Prescrição inadequada; Diabetes Mellitus.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARCELLE DEL SANTO PEDRO, SAMUEL DE ARAUJO GOMES, GABRIEL RODRIGUES GUIMARÃES, FLAVIA LANNA DE MORAES