Dados do Trabalho


Título

PARALISIA FLACIDA HIPOCALEMICA POR HIPERALDOSTERONISMO PRIMARIO COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL PARA SINDROME DE GUILLAIN-BARRE: UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença autoimune que afeta a mielina dos nervos periféricos, sendo a principal causa de paralisia flácida aguda, em geral associada à doença infecciosa prévia. O Hiperaldosteronismo Primário (HAP) é causado por um aumento da produção de aldosterona, acarretando em Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e hipocalemia, que pode levar a uma fraqueza muscular e simular uma SGB.

Objetivos

Descrever um caso de paralisia flácida por hipocalemia, secundária a um HAP, que se assemelhou ao curso clínico de uma SGB.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Mulher, 64 anos, admitida em Unidade de Terapia Intensiva para COVID-19, devido a sorologia com IgM+ para SARS-CoV-2, associada a um quadro de tetraparesia flácida que iniciou em Membros Inferiores e progrediu para Membros Superiores. Refere que não conseguia deambular sozinha e sofreu quedas devido a fraqueza. Nega incontinência urinária e déficit sensitivo. Recebeu a 1ª dose da vacina contra COVID-19 duas semanas antes do internamento, o que levou a suspeita da SGB. Fazia uso domiciliar de Olmesartana, Metoprolol e Espironolactona para tratamento de HAS. Na admissão, os exames mostraram Creatinoquinase (CK) 6.836 U/L e Potássio (K+) 1,3 mmol/L. Alega história de fraqueza prévia, com hipocalemia associada, com necessidade de internação. Após reposição endovenosa de K+, e uso continuado da espironolactona, houve normalização do potássio (3,7 mmol/L) e da CK (112 U/L), e resolução do quadro de paralisia. Na investigação da causa da hipocalemia, descartou hipertensão renovascular através de Doppler de artérias renais. Na avaliação laboratorial: apresentava dosagem de aldosterona elevada (19,1 ng/dL) e Atividade de Renina Plasmática suprimida (0,3 ng/mL/h) em vigência de espironolactona, com Relação Aldosterona/Renina de 64,3, reforçando o diagnóstico de HAP. A tomografia de abdome revelou nódulos bilaterais nas glândulas adrenais (direita 0,8x6cm e esquerda 1,5x1,1cm), sendo optado por tratamento clínico com dose otimizada de espironolactona.

Conclusões/Considerações Finais

A hipocalemia grave pode simular uma SGB e deve ser tratada, bem como investigada. O HAP é uma das principais causas de hipertensão arterial com hipocalemia e é pouco avaliado na prática clínica. Fica evidente a importância de uma investigação detalhada diante de um quadro de paralisia flácida.

Palavras Chave

Paralisia muscular, Hipocalemia, Hiperaldosteronismo Primário.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

RAQUEL ARAUJO VEIGA MELO, EDOARDA VASCO DE ALBUQUERQUE ALBUQUERQUE, ARTHUR TENÓRIO HOLANDA, ANGEL LIZ BISPO SOUZA