Dados do Trabalho


Título

LESOES FACIAIS FOTOSSENSIVEIS APOS VACINA CONTRA COVID-19

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução: A vacinação contra a COVID-19 é essencial para garantir a imunidade da população. Após o uso de vacinas, entretanto, uma minoria de indivíduos pode desenvolver eventos adversos, incluindo síndromes autoimunes, cujos mecanismos estão sendo estudados.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso incomum de surgimento de lesões cutâneo mucosas após uso da vacina Pfizer-BioNTech COVID-19.

Delineamento e Métodos

Métodos: Estudo descritivo, tipo relato de caso, com revisão bibliográfica a partir das plataformas PubMed, Scielo e Lilacs.

Resultados

Descrição do caso: Mulher, 57 anos, com diagnóstico de diabetes e retocolite ulcerativa, iniciou quadro de febre, cefaleia, náuseas, tontura, astenia, anorexia e surgimento de manchas em lábios e face, 12 dias após tomar a primeira dose da vacina contra COVID-19 (Pfizer). Os sintomas duraram 2 meses cursando com perda ponderal não intencional de 7 kg e surgimento de novas lesões na língua, orelha, joelhos e região genital. Buscou atendimento e foi medicada com aciclovir, havendo piora dos sintomas. Assim, foi encaminhada ao serviço de dermatologia, quando se observou lesões eritematosas em face, pavilhão auricular e região anterior do tórax, telangiectasia em face, dígitos das mãos e aftas em mucosa oral, além de queixa de artralgia. Na ocasião, foram solicitados exames laboratoriais e biópsia, e prescritos hidroxicloroquina (HCQ) 200 mg e prednisona 20 mg, com melhora da sintomatologia. A biópsia mostrou dermatite crônica perivascular superficial com incontinência pigmentar e atrofia da epiderme, depósito de mucina na derme, havendo correspondência com Lúpus Eritematoso (LE) Discóide. Após 1 ano, ainda em uso de HCQ, paciente retorna referindo fotossensibilidade e alopecia. Ao exame, não apresentava apenas áreas hipercrômicas de aspecto residual. Manteve-se a HCQ, foi reforçado uso de fotoprotetor e, diante de queixa de poliartralgia, foi encaminhada ao reumatologista para investigar LE Sistêmico, sem preencher critérios classificatórios.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: O LE Discóide é uma doença autoimune, cujo desenvolvimento possui mecanismos multifatoriais. Há relatos prévios da associação de vacinas, incluindo as do COVID-19, como gatilho em hospedeiro geneticamente susceptível a eventos autoimunes. A vacinação contra o COVID-19 deve ser realizada e estimulada, já que os benefícios superam os malefícios. São necessários mais estudos para compreensão da relação dos mecanismos imunomoduladores das vacinas contra o SARS-CoV-2 e a redução da auto-tolerância imunológica.

Palavras Chave

Descritores: Lúpus eritematoso discóide, vacinação, COVID-19, autoimunidade

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

ISABELLA RAMOS LACERDA DE MELO, BEATRIZ ORIÁ VELOSO, JOSÉ ALAN CAMPOS ARAUJO, MARIA HELENA QUEIROZ DE ARAÚJO MARIANO, ELIEZER RUSHANSKY