Dados do Trabalho


Título

ADENOCARCINOMA DE VESICULA SEMINAL: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O adenocarcinoma de vesícula seminal é uma neoplasia urogenital rara, com apenas cerca de 60 casos descritos na literatura. O diagnóstico dessa forma epitelial é desafiador devido à sua semelhança com outros adenocarcinomas primários da próstata, bexiga ou reto, apresentando características incomuns. A baixa incidência dessa neoplasia no trato geniturinário masculino contribui para a falta de dados detalhados sobre a doença.

Objetivos

O presente relato tem como objetivo descrever o caso de um paciente diagnosticado com adenocarcinoma de vesícula seminal.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Em 2021, um paciente do sexo masculino, com 48 anos de idade e profissão de fazendeiro, buscou atendimento ambulatorial relatando dor lombar que irradiava para a pelve, apresentando sintomas por aproximadamente 2 anos. Não relatou mudanças nos hábitos intestinais ou perda de peso, não possuía comorbidades, não fazia uso de medicações contínuas e negou hábitos e vícios. Durante a investigação, a biópsia transretal revelou um adenocarcinoma de padrão tubular infiltrativo em tecido fibroconjuntivo, e a análise imunohistoquímica demonstrou expressão positiva de CK7, PAX8 e CA 125, suspeitando-se de envolvimento da vesícula seminal. Além disso, o PET-CT FDG CETAC identificou uma estrutura irregular de densidade de partes moles, centrada na vesícula seminal direita, com extensão para a parede ântero-lateral direita do reto e músculo piriforme ipsilateral. Também foram observadas lesões ósseas mistas no ilíaco posterior direito e linfonodos pélvicos direitos. Após o acompanhamento imunohistoquímico, o diagnóstico de câncer primário de vesícula seminal com acometimento ósseo adjacente e linfonodo pélvico foi confirmado. O tratamento consistiu em 12 ciclos completos de FOLFOX, finalizado em dezembro de 2022. Em abril de 2023, o paciente estava em seguimento com o uso de zoladex trimestral, em junho de 2023, a avaliação por PET-CT indicou doença estável, sem evidências inequívocas de progressão neoplásica.

Conclusões/Considerações Finais

Diante do exposto, mesmo com o paciente em seguimento e sem progressão da doença, é crucial ressaltar que o adenocarcinoma de vesícula seminal, embora raro, parece estar apresentando um aumento na incidência nos últimos anos. Isso destaca a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a fisiopatologia, fatores de risco, métodos diagnósticos e opções terapêuticas dessa condição.

Palavras Chave

Adenocarcinoma de vesícula seminal. Neoplasia urogenital. Trato geniturinário masculino.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

MONICA MICHELI ALEXANDRE, WYLLIAN DE OLIVEIRA SANTOS, VICTOR FAJARDO BORTOLI, ELIÉZER FERREIRA DA SILVA , ISABELLA MORAIS TAVARES