Dados do Trabalho


Título

SINDROME DE MILLER FISHER (SMF): RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome de Miller Fisher é uma variante da Síndrome de Guillain Barré (SGB), com incidência de 1:1.000.000 pessoas anualmente, uma doença desmielinizante aguda inflamatória e autoimune, caracterizada pela tríade clínica de ataxia, oftalmoplegia e arreflexia.

Objetivos

Relatar a evolução do quadro clínico e descrição de exames laboratoriais, assim como auxiliar profissionais de saúde na condução de casos similares que possam vir a ocorrer.

Delineamento e Métodos

a) Relato de caso. Entrevista com o paciente, descrição de prontuário, registros dos métodos diagnósticos e intervenção terapêutica.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 64 anos, hipertenso, com histórico recente de gastroenterite. Evolui após 14 dias com quadro de dorsalgia com progressão para perda de força motora em membros inferiores e superiores. Admitido no serviço hospitalar terciário: em avaliação inicial apresentava-se com Glasgow 15, sinais vitais estáveis, mialgia intensa e exame neurológico com grau 3 de força nos músculos flexores do quadril, grau 5 em demais grupos musculares de membros inferiores e grau 2 de força em mãos, músculos flexores de cotovelos e ombros, associados a hiporreflexia. Evolui rapidamente para paresia flácida bilateral e arreflexia global, porém sem alteração sensitiva e sinais de disautonomia. Em relação à coordenação, possuía teste calcanhar-joelho em membro inferior esquerdo alterado. Em avaliação dos pares cranianos apresentava ptose palpebral parcial e oftalmoplegia incompleta à direita (III, IV e VI pares cranianos). Em coleta de líquido cefalorraquidiano (LCR), o qual demonstrou dissociação albumino-citológica e aumento da concentração de proteínas: 1 segmentado, 4 linfócitos e proteínas 91,90 mg/dL. No sexto dia foi repetido a rotina de líquor, que apresentou: 3 linfócitos e proteínas 123,20 mg/dL. Foi realizado o tratamento com imunoglobulina endovenosa por 5 dias. Evolui com discreta melhora da força muscular. No 15⁰ dia evolui com sintoma bulbar (disfagia), necessitando de uso de sonda nasoenteral. Posteriormente, apresentou Insuficiência Respiratória Aguda, sendo necessário a intubação orotraqueal (IOT) e continuação dos cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Conclusões/Considerações Finais

Conclui-se a importância do conhecimento das variantes da SGB devido a sua alta morbimortalidade. Logo, o reconhecimento do quadro clínico, critérios diagnósticos e intervenção terapêutica precoce são fundamentais para todos os profissionais de saúde.

Palavras Chave

Síndrome de Miller Fisher; Doença desmielinizante; Autoimune; Imunoglobulina.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

LORENA DE FATIMA MORETTO, LEANDRO MARTINS LIMA SOUZA, HULLY DA SILVA, MARCOS ANTÔNIO ALMEIDA DOMINGUES JUNIOR, CARLA ANDRESSA DAL PONTE