Dados do Trabalho


Título

AMIGDALITE SIFILITICA MIMETIZANDO LINFOMA - UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O linfoma e a sífilis são entidades clínicas distintas, mas que podem compartilhar manifestações clínicas semelhantes, o que torna o diagnóstico diferencial um desafio.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente em que uma suspeita inicial de linfoma foi meticulosamente investigada e descartada, revelando um diagnóstico inesperado de amigdalite sifilítica.

Delineamento e Métodos

Relato de caso retrospectivo, não intervencional e documental, baseado em revisão de prontuário.

Resultados

Paciente masculino, 31 anos, sem comorbidades prévias com queixa de surgimento de tumoração em região submandibular à direita com surgimento há 02 meses. Referia aumento rápido, progressivo e indolor. No período referido o paciente perdeu 14 quilogramas e iniciou dias antes da consulta queixa de cansaço e prostração. Realizou ultrassonografia de pescoço e foi encaminhado para avaliação com oncologista. Não apresentava febre, tosse, sudorese noturna ou dores. Ao exame clínico, apresentava linfonodomegalia cervical à direita, medindo até 4 centímetros. Oroscopia com hipertrofia amigdaliana bilateral e redução do diâmetro de orofaringe. Tomografias de pescoço, tórax e abdome mostraram linfonodomegalias restritas à região cervical, com efeito compressivo sobre a coluna aérea em laringe. Pela idade e padrão de apresentação, a suspeita principal era de um linfoma agressivo. Paciente foi submetido a linfadenectomia cervical de urgência. A análise anatomopatológica demonstrou uma desordem linfoproliferativa com arranjo predominantemente folicular, porém sem critérios para malignidade. Os exames laboratoriais solicitados estavam normais, incluindo sorologias virais. Apenas a velocidade de hemossedimentação (55mm/h) e o teste laboratorial de pesquisa de doenças venéreas (VDRL) de 1:64 estavam alterados. O teste de absorção de anticorpos treponêmicos fluorescentes (FTA-ABs) subsequente foi reagente. Posterior análise imuno-histoquímica resultou positiva para anticorpo anti-treponema e VDRL imunoglobulina (Ig) M / IgG treponêmicos positivos. Paciente foi tratado com três doses de penicilina benzatina (2,4 milhões de unidades intramusculares). Houve resposta completa com redução significativa da linfonodomegalia e da hipertrofia amigdaliana.

Conclusões/Considerações Finais

Destaca-se a importância dos diagnósticos diferenciais e a necessidade de estar sempre atento a todas as possibilidades, mesmo que inusitadas, evitando assim tratamentos inadequados e garantindo uma abordagem terapêutica eficaz.

Palavras Chave

Linfadenopatia Sifilítica, Linfoma, Amigdalite

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Instituto Sul Paranaense de Oncologia - ISPON - Paraná - Brasil, Patologia Médica - Diagnóstico, Pesquisa e Consultoria - Paraná - Brasil, Universidade Estadual de Ponta Grossa - Paraná - Brasil

Autores

JOAO PEDRO MOTTER DE CARVALHO, ELDER DALAZOANA FILHO, ALICE MAGRO KOSCIANSKI, PEDRO GRACHINSKI BUIAR, MÁRIO RODRIGUES MONTEMOR NETTO