Dados do Trabalho


Título

INFECÇAO URINARIA POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS E CISTITE ENFISEMATOSA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Cistite Enfisematosa é uma forma rara de infecção do trato urinário (ITU) aguda e complicada, caracterizada pela presença de gás na parede e no lúmen da bexiga, cujos agentes causadores incluem Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e, mais raramente Candida sp.. Os principais fatores de risco são sexo feminino e diabetes mellitus (DM) descompensada e as manifestações clínicas são inespecíficas.

Objetivos

Descrever apresentação clínica de paciente do sexo feminino com rebaixamento agudo do nível de consciência (RANC) e DM, diagnosticada com Cistite Enfisematosa.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso.

Resultados

Mulher, 88 anos, hipertensa, DM 2, dislipidêmica e coronariopata, internada previamente com hipoglicemia sintomática, insuficiência renal aguda pré-renal e sorologia para dengue positiva. Retornou 6 dias após a alta devido a quadro de RANC e hiporexia. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, hipocorada, desidratada, taquipneica (45 irpm), saturando 85% em ar ambiente, taquicárdica (165 bpm) e hipotensa (63x54mmHg). Na propedêutica inicial exibia: leucocitose com desvio à esquerda; PCR elevado; urina de aspecto semi-turvo, coloração avermelhada, ph de 7,5, glicosúria (++), proteinúria (100 mg/dl), albuminúria (>150 mg/l), hemoglobinúria (+++), hematúria (1970717 /ml) e presença de leveduras e pseudo-hifas (++++). Realizado tomografia computadorizada de abdome, que detectou bexiga parcialmente repleta, com múltiplos focos gasosos intravesicais e delineando as paredes vesicais, sugestivo de Cistite Enfisematosa. Ainda, a hemocultura revelou presença de Staphylococcus aureus sensível à Oxacilina, enquanto a urocultura indicou presença de Candida glabrata. Diagnosticou-se, a partir desses achados, ITU por Staphylococcus aureus e Cistite Enfisematosa. Frente ao caso, foi iniciada terapia com Oxacilina e Fluconazol. Posteriormente, foi adicionado ao tratamento Meropenem e transacionado o Fluconazol para Anfotericina B. Foi ainda realizada irrigação vesical com Anfotericina B. Após 12 dias de internação evoluiu com hipotensão seguida de assistolia, sem resposta às manobras de ressucitação cardiorrespiratórias.

Conclusões/Considerações Finais

A Cistite Enfisematosa é uma infecção rara e potencialmente fatal, devendo ser considerada no diagnóstico de ITU em pacientes com DM descompensada, salientando a importância dos métodos de imagem para diagnóstico.

Palavras Chave

Cistite enfisematosa; Diabetes Mellitus; Infecção do Trato Urinário; Tomografia computadorizada

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Residência Médica em Medicina Intensiva do Hospital Uberlândia Medical Center (UMC) - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal de Uberlândia (UFU) - Minas Gerais - Brasil

Autores

LAURA COUTO DE OLIVEIRA AZEVEDO, FLÁVIA BITTAR BRITTO ARANTES, BÁRBARA REIMANN OLIVEIRA, SANZIO DUPIM SOARES, ISABELLA RODRIGUES REIS