Dados do Trabalho


Título

HIPOCALEMIA GRAVE E SINDROME DE SJӦGREN: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O desequilíbrio de potássio pode apresentar variadas manifestações clínicas, incluindo quadros fatais. Trata-se de caso de jovem com hipocalemia refratária e desfecho clínico grave, discutindo, assim, abordagem diagnóstica e terapêutica.

Objetivos

Promover a discussão sobre os desafios clínicos relacionados à hipocalemia grave refratária. Além de propor e estruturar um fluxograma diagnóstico aplicável para uma abordagem mais assertiva e direcionada.

Delineamento e Métodos

Relato de caso fundamentado na análise de prontuários médicos de uma paciente atendida em hospital público em Minas Gerais, complementada com revisão da literatura em bases de dados, como PubMed e NEJM.

Resultados

Puérpera, 26 anos, previamente hígida, admitida após acidente de punção de acesso venoso central no serviço de origem. À admissão, relato de quatro dias de evolução de astenia em membros, associado a vômitos. Evoluiu com taquidispnéia, rebaixamento do sensório e dessaturação, sendo entubada. Exames laboratoriais iniciais revelaram hipocalemia grave (K 1,7), acidose metabólica compensada com ânion gap normal e disfunção renal.
Permaneceu 27 dias em unidade de terapia intensiva com reposição contínua de potássio parenteral e fraqueza muscular severa. Rabdomiólise, disglicemia e alterações de repolarização ventricular ao eletrocardiograma também decorrentes da hipocalemia.
A investigação de causas de hipocalemia refratária e de seus diagnósticos diferenciais revelou ânion gap urinário sugestivo de perda renal de potássio. Dessa forma, o sumário de urina com pH alcalino (8,0) permitiu inferir que se tratava de uma acidose tubular renal (ATR) tipo 1, uma vez que na ATR tipo 2 espera-se pH urinário ácido e na ATR tipo IV, hipercalemia. Na investigação etiológica, a propedêutica reumatológica associado a critérios clínico-laboratoriais, possibilitou diagnostico de Síndrome de Sjӧgren associada a Lúpus Eritematoso Sistêmico causando ATR tipo 1 com hipocalemia em contexto de atividade renal.
Após tratamento de doença de base, a hipocalemia foi corrigida, o que possibilitou retorno de tônus e de força muscular, permitindo a reabilitação.

Conclusões/Considerações Finais

Compreende-se a importância de diagnosticar a etiologia da hipocalemia, considerando a gravidade clínica. Procura-se enfatizar a necessidade de um fluxograma diagnóstico eficaz, apresentando um caso desafiador que ressalte a relevância do raciocínio clínico e capacidade de elaboração de diagnósticos diferenciais.

Palavras Chave

Hipocalemia grave refratária; Acidose tubular renal tipo 1; Lúpus Eritematoso Sistêmico, Síndrome de Sjӧgren, Fluxograma diagnóstico

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Risoleta Tolentino Neves - Minas Gerais - Brasil

Autores

GESSICA ROBERTA OLIMPIA PIEDADE CARNEIRO, BRENO ALVES ARAÚJO, ANA PAULA VIEIRA PONTES VAZ GONTIJO, LUANA CAROLINA SILVA, LUCAS ROCHA OLIVEIRA