Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DA EFICÁCIA DA SUPERFICIALIZAÇÃO DE FÍSTULA ARTERIOVENOSA AUTÓGENA COM LIPECTOMIA EM PACIENTES OBESOS

Fundamentação teórica/Introdução

A fístula arteriovenosa (FAV) nativa distal de antebraço é comumente reconhecida como o acesso preferencial para a hemodiálise crônica, assim, estudos recentes tem incentivado o uso da FAV nativa, pois a canulação bem sucedida de uma FAV é um preditor da função de acesso vascular.

Objetivos

Delinear o perfil de pacientes obesos e a eficácia da lipectomia nestes como alternativa de superficialização de FAV em um centro da Amazônia.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo analítico-descritivo de abordagem quantitativa, onde foram incluídos todos os pacientes renais crônicos dialíticos de um Hospital Público do Estado do Pará. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (CEP-HCGV), e a amostra totalizou 22 pacientes que foram submetidos a superficialização de veia cefálica, sendo que, o presente estudo foi limitado às fístulas braquiocefálicas e radiocefálicas, com FAVs nativas radiocefálica ou braquiocefálica disfuncionais por obesidade do membro ou profundidade da veia a ser acessada e excluídos da pesquisa aqueles com FAV disfuncionais por outras causas.

Resultados

Houve predomínio do gênero masculino (68,2%), e a média de idade foi de 58 anos, já a causa mais prevalente de doença renal terminal foi diabetes mellitus em 59% e hipertensão em 38% dos pacientes, e as comorbidades foram observadas em 95%, sendo as principais, a hipertensão (63%) e diabetes (54%). Em relação ao tempo em hemodiálise a média foi de 4 meses e 88% dos pacientes passaram por superficialização no primeiro acesso autógeno. O IMC médio foi de 34 kg/m2, sendo a maioria na classificação nutricional de obesidade grau I. O tempo médio entre a confecção do acesso e a lipectomia foi de 45 dias e o tempo da lipectomia até a liberação para uso nas sessões de hemodiálise teve média de 30 dias. As complicações ocorreram em 09 pacientes (40%) e todas de baixa morbidade. A profundidade média da fístula ao ultrassom foi de 7,9 mm. O período médio de seguimento dos pacientes foi de 13 meses. Houve 3 óbitos durante o acompanhamento e aos 12 meses a permeabilidade primária após a lipectomia foi de 66% e a permeabilidade secundária foi de 75%.

Conclusões/Considerações Finais

A lipectomia é uma alternativa de superficialização eficaz para permitir a funcionalidade de FAVs nativas e profundas em pacientes obesos.

Palavras Chave

Lipectomia; Fístula Arteriovenosa; Obesidade.

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Área

Clínica Médica